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Mara foi a protagonista, mas impôs um clima soturno à "Fazenda"

Mauricio Stycer

Crítico do UOL

27/11/2015 05h01

Assim que anunciou a eliminação de Mara Maravilha na votação mais disputada desta edição, Roberto Justus buscou palavras para elogiar a candidata, mas o melhor que conseguiu dizer a seu respeito foi: “Você foi uma figuraça”.

A dificuldade do apresentador é compreensível. Nos 64 dias em que permaneceu no reality show da Record, Mara monopolizou as atenções. Para o bem e para o mal, foi a protagonista do jogo.
 
Provocou punições de forma intencional, fez intrigas, disse "verdades" na cara, irritou muito, conseguiu chamar a atenção de todos para si. "A melhor companhia aqui, com todo respeito, é a dos animais", disse.
 
Em um momento raro, possivelmente inédito em um reality show, um grupo de peões se reuniu para pedir a saída de uma participante aos gritos.  "Fora, Mara!", eles berraram.
 
Como fazendeira foi abusada, se colocando, como bem mostrou a edição, na posição de rainha. Como escrevi, a “Fazenda” sofreu de “Maradependência” – sem ela, a atração não engrenava.
 
O problema de Mara, na minha opinião, é que o seu temperamento não era o ideal para um programa deste tipo. Introspectiva, mais para a conspiração do que para a batalha, a cantora ajudou a dar um tom soturno, sombrio, à “Fazenda”.
 
Penso em outras “figuraças” que já roubaram a cena em diferentes edições (a lista é longa). Quase todos tinham um comportamento oposto: expansivo, explosivo, para fora. Penso, por exemplo, em Dado Dolabella, Theo Becker, Nicole Bahls, Andressa Urach e tantos outros que já levaram esse programa nas costas.
 
A eliminação de Mara numa votação tão apertada provocou, é claro, dois tipos de reação. Para parte do público, “A Fazenda” terminou. Para a outra metade, houve queima de fogos para comemorar o resultado.
 
Não estou nem com uns nem com os outros. Reconheço que o reality será muito diferente sem a sua maior protagonista, mas acho possível que o astral melhore.