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Laércio: o "Making a Murderer" brasileiro

Chico Barney

Especial para o UOL, em São Paulo

02/02/2016 10h11

Existem alguns paredões ao longo da história do "BBB" que acabam entrando para um raro rol de clássicos. Os confrontos diretos entre adversários declarados ou amantes apaixonados costumam ser o que existe de mais emocionante e divertido no formato.

Quem não lembra onde estava quando Alemão precisou enfrentar sua querida Siri? Ou quando Dourado venceu seu desafeto Dicésar? São momentos que marcam nossas vidas, como um tsunami ou a vitória em uma Copa do Mundo.

2015 - Cena do documentário "Making a Murderer", que mostra a luta de Steven Avery para provar sua inocência de um crime que ele alega não ter cometido   - Divulgação/Netflix  - Divulgação/Netflix
Cena do documentário "Making a Murderer", que mostra a luta de Steven Avery para provar sua inocência de um crime que ele alega não ter cometido
Imagem: Divulgação/Netflix


E logo no segundo paredão o "BBB16" já tem um clássico para chamar de seu. De um lado, o equivocado Laércio e seus hábitos aparentemente questionáveis. Do outro, a Narcisa Loira conhecida como Ana Paula.

O caso me lembra a série documental "Making a Murderer", da Netflix, por basicamente dois motivos:

1- Há quem diga que Laércio pode até parecer um vilão, andar como um vilão e agir como um vilão. Mas o curitibano talvez ainda não seja culpado por crime nenhum, pelo menos até o fechamento desta coluna – a mesma situação vivida por Steven Avery na série;

2- A investigação proativa e empírica da internet transformou o caso de Avery no maior júri global em andamento. Aqui no Brasil estão revirando todos os cômodos da presença online de Laércio (e reforçando alguns dos tais hábitos questionáveis durante o processo).

Depois de ver a série do Netflix e ler muito sobre o caso, acabei com a impressão de que Steven Avery pode vir a ser culpado do crime pelo qual cumpre pena há 10 anos. É o meu irresponsável julgamento com base em algumas agradáveis peças de entretenimento fantasiadas de jornalismo investigativo.

Mas quem somos nós para julgar os outros?

Bom, o "BBB" é inteiramente baseado em uma das brincadeiras preferidas do ser humano desde tempos imemoriais, que é coincidentemente julgar os outros. E o programa destrói reputações com uma frequência bem maior do que constrói.

Esta terça-feira (2) tem paredão que já nasceu clássico.

Qual é a sentença, meritíssimo?