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Hebe sonha tirar as letras “S B T” da testa, mas não será fácil

Mauricio Stycer

28/12/2010 07h00

Muito se especulou se o SBT iria exibir a despedida de Hebe Camargo no último programa da apresentadora, exibido nesta segunda-feira. Os colunistas de televisão especularam que a emissora poderia cortar parte da fala de Hebe, previamente gravada, na qual ela anuncia sua saída, depois de quase 25 anos, e promete seguir a carreira em outro canal.

Quanta ingenuidade… A publicação nesta segunda de uma página nos jornais, na qual o SBT se despede de Hebe e agradece a apresentadora pelos serviços prestados na casa, mostra que Silvio Santos está muito à frente de todos. Como a própria apresentadora disse na despedida, exibida integralmente, ela tem "as letras S B T gravadas na testa" – e não será nada fácil, nesta altura da vida e da carreira, retirá-las.

Na RedeTV!, onde promete estrear em 2011, ou em qualquer outra emissora, Hebe será sempre a cara da emissora de Silvio Santos. Foi no SBT que seu programa e sua persona ganharam esta face única – a tia carinhosa, emotiva, cafona e querida por todos.

Seu último programa, o 1.235º, segundo informou, foi uma sombra da velha Hebe. Ao redor do sofá, cinco músicos (Cauby Peixoto, Ivan Lins, Daniela Mercury, Alexandre Pires e Diogo Nogueira) cantaram, em troca da divulgação de seus novos discos. Hebe elogiou o sapato de Cauby e fingiu surpresa ao "descobrir" que Daniela já tem uma neta. Mais chocho, impossível.

Fez merchandising de um colchão, cantou uma música e chorou. Agradeceu ao SBT e a Silvio Santos, que a ajudaram a construir sua carreira "vitoriosa". E, por fim, pediu ao público que não a abandone no seu esforço de apagar as tais três letras da testa. Vai ser difícil.

Foto: Alessandra Gerzoschkowitz/UOL

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.