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Boninho e Bial, um caso de amor

Mauricio Stycer

10/07/2012 11h19

Juntos desde o primeiro "BBB", em janeiro de 2002, Boninho e Pedro Bial formam uma das parcerias mais longevas e bem-sucedidas da Globo.

Apesar disso (ou justamente por isso), o programa "Na Moral", que o apresentador estreou na última quinta-feira, não tem relação alguma com o núcleo comandado pelo diretor do reality show.

Ao escrever sobre "Na Moral", não fiz, por esta razão, qualquer menção a Boninho ou ao reality, diferentemente de vários outros críticos, que enxergaram no programa uma oportunidade para Pedro Bial mostrar que é mais do que o apresentador do "BBB". Será que o diretor sentiu falta de ser citado?

Na sexta-feira, 6, um dia depois que minha crítica foi publicada no UOL, Boninho foi ao Twitter, onde é seguido por 1,3 milhão de pessoas, para falar mal de mim e declarar seu amor por Bial. Escreveu:"Sticer sonha ser Bial mas não tem "fisic du role" pra isso!!! Pífio! Sou @PBiaL sempre."

O argumento principal, o de que o crítico, na verdade, sonha em estar no lugar de quem critica, é primário demais. Nem dá para discutir.

Outro ponto que chama a atenção na mensagem é o meu nome. Sempre que se refere a mim com o objetivo de me ofender, já há três anos, o maduro diretor da Globo escreve o meu nome errado. É a velha tática de tentar desqualificar o crítico em vez de discutir o que ele escreve, muito usada por quem não tem argumento. Como o autor de novela que, irritado com um texto, ofende a aparência da crítica.

Boninho é um homem de imagens, o que pode explicar a sua dificuldade com as palavras. "Physique du rôle" (e não "fisic du role") é uma expressão em francês, utilizada para dizer se uma pessoa tem as características certas para interpretar determinado papel.

Para além de seu sentido mais direto, ligado ao universo dos atores, o termo pode ser usado como uma metáfora. Por exemplo: "Boninho não tem o physique du rôle para diplomata".

Como Boninho tem demonstrado um carinho todo especial por mim em suas mensagens, me permito uma observação de caráter pessoal sobre a última frase do seu comentário: "Sou @PBiaL sempre". É uma declaração de amor. Bonita, como toda declaração de afeto feita de forma pública, mas intrigante porque todo mundo sabe, há anos, que Boninho ama Pedro Bial e vice-versa.

Em tempo: O texto que chateou Boninho foi este aqui: Excesso de temas e curta duração não deixam "Na Moral" sair do raso.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.