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Meninos, eu vi: balanço de 23 dias inesquecíveis na Rio-2016

Mauricio Stycer

27/08/2016 14h54

rio2016djokovicchoraPela quarta vez em sete anos, o UOL Esporte me engajou na cobertura de um megaevento esportivo. Depois das Copas de 2010 (África do Sul) e 2014 (Brasil) e do Pan de 2011 (Guadalajara), integrei a equipe que acompanhou os Jogos Olímpicos do Rio in loco. Foram 23 dias intensos, de muito trabalho, mas também de descobertas e risadas.

rio2016gideleConvidado por um dos patrocinadores, assisti ao ensaio da cerimônia de abertura. Escrito em parceria com o repórter Pedro Ivo Almeida, também presente, o relato do que vimos teve repercussão mundial, levando a organização da festa a fazer uma alteração na cena em que Gisele Bündchen participou.

rio2016viladosatletasTambém antes da abertura oficial, tive a oportunidade de conhecer a Vila dos Atletas. Passei uma tarde perambulando pelo imenso "condomínio" que abrigou as delegações dos 207 países – só os EUA e a Coréia do Norte não exibiam as suas bandeiras nas fachadas. Visitei o prédio onde ficou o Brasil e conheci a sala de "banho de luz", usada para adaptar os atletas aos estranhos horários de jogos, ou muito cedo ou muito tarde, exigidos pela televisão.

rio2016tenismadrugada
Na primeira semana dos Jogos, acompanhei de perto o torneio de tênis. Conversei com o indiano Leander Paes, carrasco de Meligeni em 1996, que se tornou em 2016 o tenista com mais participações em Jogos Olímpicos (sete). Descrevi como Novak Djokovic, número 1 do mundo, foi tratado como popstar pelo público brasileiro. Vi um torcedor brasileiro e um argentino saírem no tapa na quadra central. Assisti uma partida de madrugada junto com apenas outras seis testemunhas (imagem acima). E observei como Djokovic, Murray, Nadal e Del Potro (que têm juntos quase R$ 800 milhões em premiações) se transformaram completamente, aos olhos do público, ao vestirem as camisas de seus países nas quadras do complexo olímpico do Rio. Todos, em algum momento, choraram de emoção.

rio2016nadalouro
Tive a chance, pela primeira vez, de ver ao vivo jogos de tenistas extraordinários, que só conhecia pela televisão. Além de Djokovic, assisti Serena Williams, o guerreiro reclamão Rafael Nadal e o grande Andy Murray. Vi Nadal desabar em quadra (imagem acima) após ganhar medalha de ouro em duplas e, um dia depois, perder para Del Potro em partida épica.

rio2016bellucciAcompanhei de perto a trajetória dos tenistas brasileiros, Rogerinho, André Sá, Teliana, os favoritos Bruno Soares e Marcelo Melo, derrotados nas quartas de final, e Thomaz Bellucci, que fez um primeiro set perfeito contra Nadal (e depois perdeu).

rio2016murraydelpotroAssisti a porto-riquenha Monica Puig dar o primeiro ouro a seu país, a suíça Martina Hingis perder a final de duplas e Andy Murray superar Del Potro na final masculina em uma espetacular partida de quatro horas.

rio2016zanettiAcabando o tênis, tive a chance de ver o Dream Team em ação contra a Austrália, assisti Arthur Zanetti ser prata nas argolas e vi a seleção feminina de futebol ser eliminada nos pênaltis para a Suécia. Acompanhei a ótima partida da seleção masculina de handebol contra a França, testemunhei, no Estádio Olímpico, o revezamento feminino brasileiro do 4 x 100m ser desclassificado após prejudicar a equipe americana e ouvi o cavaleiro Doda de Miranda comentar a polêmica com Rodrigo Pessoa no hipismo.

fratusTambém vi parte dos Jogos pela TV. Chamei a atenção para o papel mais importante das transmissões pela internet, ri do duelo entre Galvão Bueno e Gloria Maria na transmissão da cerimônia de abertura e expliquei a uma TV canadense por que a Globo não exibiu competições no horário nobre, dedicado a novelas. Também comentei a polêmica envolvendo o nadador Bruno Fratus e uma repórter do SporTV, escrevi sobre a disputa das emissoras por um bom lugar na zona de entrevistas e contei por que o hino do Brasil começou a ser tocado de um jeito e terminou de outro nos Jogos. Ainda relatei galvaoneymarque a mídia americana tripudiou da burrice do nadador Ryan Lochte, ouvi os apresentadores William Waack e Cristiane Dias sobre a suposta briga em que se envolveram e descrevi a narração dramática e emotiva de Galvão na final do futebol masculino.

Por fim, tentei explicar por que Galvão mereceu uma medalha nos Jogos, reuni (em parceria do Rogério Jovaneli) onze momentos inesquecíveis da Olimpíada na TV, fiz uma antologia de 13 momentos bizarros que ocorreram e publiquei um balanço dos números de audiência na TV aberta e nos canais por assinatura durante a Rio-2016.

Foi bom demais. Até a próxima.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.