Topo

Livro resgata histórias do mais famoso e supersticioso cartola botafoguense

Mauricio Stycer

04/09/2018 10h32


Jornalista e botafoguense, Rafael Casé é também um historiador do Botafogo. "Somos Todos Carlito" (Gryphus, 242 págs., R$ 49,90) é o seu sétimo livro com temática alvinegra. Biógrafo de Quarentinha "(O artilheiro que não sorria"), autor de obras que lembram as conquistas do Carioca de 1989 e do Brasileiro de 1995, organizador das crônicas de Maneco Muller sobre Nilton Santos ("O Velho e a Bola"), Casé conta agora a história de Carlito Rocha (1894-1981), o cartola que transformou suas crendices e superstições numa marca de todo botafoguense.

O livro resgata em detalhes a história do título do Carioca de 1948, com direito a um capítulo sobre o cachorro Biriba, mascote do time, e outro para as lendas que celebrizaram o presidente, como a história das cortinas amarradas em General Severiano – Carlito acreditava que deixa-las soltas em dia de jogo poderia prejudicar o time. "Só acredito em superstição que funciona. Se para de funcionar, deixo de lado. E, em seguida, passo para outra mais eficiente", dizia Carlito.

Após o 6 a 2 sobre o Fluminense na decisão do Carioca de 1957, o tricolor Nelson Rodrigues escreveu: "Qual teria sido a contribuição carlitiana para o título? E eu próprio respondo: Carlito ligou o jogo ao sobrenatural, pôs Deus ao lado do Botafogo e, mais do que isso, pôs Deus contra o Fluminense." Em 1963, em outra ode a Carlito, após um Botafogo 3 x 0 Fluminense, Nelson escreveu: "Amigos, mais uma vez se prova que o futebol não comporta os ateus".

Somos todos Carlito, como diz o título. Leitura muito divertida. Recomendo.

Comentários são sempre muito bem-vindos, mas o autor do blog publica apenas os que dizem respeito aos assuntos tratados nos textos.

Siga o blog no Facebook e no Twitter.

Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.