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A insustentável leveza de ser Bruna Marquezine. Ou: como sofrem os famosos

Mauricio Stycer

06/09/2018 15h59

Bruna Marquezine durante o 75º Festival de Veneza – Filippo MONTEFORTE / AFP


Dois desabafos públicos esta semana chamaram a atenção. O primeiro foi de Carla Perez, que postou uma foto de maiô na praia e recebeu um "gordinha" como comentário: "Tô feliz e com saúde, é o que importa. O resto a gente queima amanhã na academia", respondeu, bem-humorada.

O segundo foi de Bruna Marquezine, que ouviu um "magra demais" como comentário de uma foto e respondeu com um longo desabafo em vídeo sobre o impacto negativo que observações deste tipo podem causar em pessoas com transtornos alimentares (veja aqui).

O alerta que ela fez em relação ao problema de autoimagem das pessoas faz sentido e é importante. Um comentário maldoso pode afetar a autoestima e, em última instância, ter consequências graves para a saúde.

"Acreditei na opinião alheia e comecei a detestar meu corpo, achava que tinha que emagrecer de qualquer jeito. Eu tomava lactopurga todos os dias durante 3 meses. Tive depressão, não só por isso, mas principalmente por esses motivos, por muitas questões de autoestima, não me aceitar, não me achar bonita, não me achava suficiente", disse a atriz, relatando um episódio ocorrido no passado.

A mensagem de Bruna foi postada no Instagram, onde é seguida por 31,2 milhões de pessoas. Nesta rede social, ela publica fotos variadas, divulga ações comerciais, faz publicidade e mostra cenas do seu cotidiano. Os comentários passam de 50 mil em algumas imagens.

Porém, toda solidariedade que eu poderia ter com a atriz acabou quando ela disse: "Ser sincero é diferente de ser sem noção e sem educação. Se uma pessoa te pergunta a tua opinião, você deve dizer a verdade. Agora, se a pessoa não pergunta, você fica calado".

Parece Neymar, que restringiu os comentários no Instagram, onde é seguido por mais de 100 milhões de pessoas, aos poucos que ele segue também. Não deve ser fácil a vida de celebridade, mas uma vez que se expõe tanto, misturando inclusive vida particular e publicidade paga, é preciso arcar com algumas das consequências.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.