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Fazenda 11: Entenda por que Jorginho Kamikaze foi eliminado pelo público

Mauricio Stycer

25/10/2019 00h19

Marcos Mion consola Jorginho Kamikaze após eles ser eliminado por Rodrigo "Planta" Phavanello

É incrível como a reação do público da "Fazenda" está se tornando cada vez mais mecânica e previsível. Participantes com potencial para surpreender e causar confusão têm sido, invariavelmente, eliminados, enquanto as "plantas" seguem no jogo. O espectador quer paz e amor em reality show. Lamento que seja assim, prefiro a diversão, mas é preciso aceitar.

Nesta edição isso ocorreu em quatro das cinco roças até agora. Drika perdeu para Guilherme (quem?), Arícia foi derrotada por Sabrina, Tati foi eliminada por Diego e, agora, Jorginho Kamikaze dançou na disputa com Phavanello. Apenas a eliminação de Túlio diante de Thayse fez sentido sob a ótica do entretenimento.

Jorge Sousa ganhou o apelido de "kamikaze" durante a primeira edição de "Power Couple", que disputou e venceu em dupla com Laura Keller, em 2016. Durante aquele reality ele fez muito sucesso adotando uma postura arriscada, vista como "suicida" pelos outros participantes e pelo público.

Aliás, também é absolutamente previsível o fracasso de ex-panicats e ex-jogadores de futebol na Fazenda. A todo ano eles preenchem estas duas cotas e estão sempre entre os primeiros eliminados.

A insistência de Marcos Mion em festejar o recorde de votação nesta noite, a maior da história da Fazenda, foi constrangedora. O programa deveria se envergonhar em propagar esta informação.

Phavanello versus Jorge ser a votação mais disputada em 11 edições depõe contra um reality que já teve disputas antológicas, como Nicole Bahls contra Viviane Araujo e Nadja Pessoa contra Ana Paula Ranault, para citar apenas duas.

O método de votação do reality mudou e não oferece mais um sistema de verificação (captcha). Isso facilita o uso de artifícios automatizados, que possivelmente estão inflando os números. Pior para a Fazenda.

O sistema de divisão em dois grupos, Sol e Lua, também teria sido um estímulo para a votação. Esta era a última roça antes do fim dos grupos. Com a vitória de Phavanello, os integrantes do seu grupo, o Lua, vão disputar uma série de prêmios especiais. Parabéns pra eles.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.