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Ao sugerir 'campo de concentração' para coronavírus, Marcão passa do limite

Marcão do Povo no Primeiro Impacto - Reprodução
Marcão do Povo no Primeiro Impacto Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

08/04/2020 10h50

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Resumo da notícia

  • Apresentador do "Primeiro Impacto" sugeriu criação de campos de concentração para doentes do coronavírus
  • Âncora já havia dito que vírus não se espalharia pelo Brasil e sugeriu também prisão de governadores
  • Marcão do Povo ganhou fama ao ser acusado de racismo por Ludmilla

Depois de minimizar as consequências do coronavírus há algumas semanas, Marcão do Povo surpreendeu ao sugerir, ao vivo, no "Primeiro Impacto", do SBT, que um campo de concentração seja criado para tratar doentes do coronavírusstrong. "Não seria interessante pegar, por exemplo, o Exército, a Aeronáutica, a Marinha, montar um campo de concentração, de cuidados, com os equipamentos mais sofisticados, com os melhores profissionais, e colocar essas pessoas com problemas ou com sintomas?", questionou o apresentador, em recado direto ao presidente Jair Bolsonaro, ainda afirmando que governadores deveriam ser presos.

Surpreende que, em uma emissora cujo dono, Silvio Santos, é judeu, um âncora traga à tona uma sugestão como esta. Para quem não lembra, campos de concentração foram criados por nazistas para encaminhar judeus, homossexuais e negros. Lá, além de passar fome, as minorias perseguidas eram torturadas, obrigadas a trabalhar em condições sub-humanas e mortas na câmara de gás. Qual a lógica, portanto, de usar uma expressão como esta, em rede nacional?

Marcão do Povo parece gostar das polêmicas que causa. Ganhou projeção nacional após lamentavelmente chamar Ludmilla de "macaca" e o caso ir parar na justiça. Acusado de racismo, saiu de uma afiliada da Record para rede nacional no SBT. Nos bastidores, sua rivalidade com o colega Dudu Camargo também ganhou as manchetes. Jé foi parar nas manchetes por rixas com Luiz Bacci e também com a própria filha. Recentemente, no começo da pandemia, chegou a afirmar no ar que o coronavírus não se espalharia no Brasil porque o país é quente - já são 667 mortos.

Afinal, qual o limite de Marcão do Povo? Pode um apresentador falar o que quiser em rede nacional, mesmo que seja um desserviço? Resta ao SBT responder. Procurado, o canal diz: "Marcão tem liberdade de expressão, mas a opinião dele é pessoal e não reflete o posicionamento da emissora".

Assista à fala de Marcão abaixo: