Topo

'Fofocalizando' traz o 'Léo Dias raiz' para tacar fogo no programa

Fábia Oliveira e Leo Dias - Arquivo pessoal
Fábia Oliveira e Leo Dias Imagem: Arquivo pessoal

Colunista do UOL

09/03/2020 06h00

Quando eu comecei como colunista de um jornal, estava claro na minha cabeça: precisava ser notado. Eu era mais um, quer dizer, eu não era nada, experiência zero como colunista. Primeira coisa que eu fiz foi mudar minha assinatura, saía o Leonardo Dias e entrava o LEODIAS, um nome só, sete letras, fácil decorar.

Na época, a Bíblia do jornalismo de celebridade era a "Caras", vendia feito água, era o diário oficial dos artistas. Se era verdade o que eles diziam, pouco importava. Minha meta então estava traçada: fazer exatamente o oposto da "Caras". Só assim eu seria notado.

Se Adriane Galisteu posava dizendo que terminara com Justus por "problemas de agenda". Lá ia eu e falava a verdade: que eles disputavam o secador e mal viviam como marido e mulher. Óbvio, o mundo me xingava, eu era execrado, mas a verdade aos poucos aparecia.

Uma bela sexta-feira de Carnaval, eu publico que Daniela Mercury namora uma arquiteta de Nova York. Minha vida vira um caos, Daniela entra ao vivo na Band, diz que vai me processar e me chama de pseudo-jornalista. Eu fui chamado de caluniador. E fiquei calado.

Mas dois fatos mostraram o Leo Dias visceral: eu descobri toda a traição do então marido de Susana Vieira. Fotos e mais fotos, um escândalo nacional que termina de forma trágica e ela estampando a capa da "Veja".

O outro caso, mais complicado, foi a agressão de Dado Dolabella a Luana Piovani. Frequentei o Fórum, acompanhei todo o processo... e dei tudo em primeira mão. Fofoca?

Em outro jornal, eu precisava manter a linha do "temido". E, neste caso, admito, fui muito corajoso. Publiquei, sem nenhuma prova concreta, apenas com um relato em OFF de uma fonte, que a família margarina de Zezé Di Camargo, digna do sucesso "Dois filhos de Francisco", e que mensalmente era capa da "Caras", era uma farsa. Zezé tinha uma amante há nove anos. Minha vida virou um inferno. Fui xingado, processado três vezes, ameaçado, mal falado, enfim... Hoje, a minha verdade trouxe paz para Graciele e Zezé.

Esse era o LeoDias "faca na caveira". A idade me fez perceber que foi uma fase necessária, mas não sei se faria exatamente igual hoje. Sofri muito. Minha família sofreu. Fazer o que eu fiz é para os muito fortes.

Nos últimos oito anos, Fábia Oliveira esteve a meu lado. Dividimos tudo. Passamos por greves no jornal, seis meses de salários atrasados, eu ajudava a pagar as despesas da casa dela, os meus pais se preocupavam em como ela cuidava da filha. Um elo que jamais ninguém vai romper. Fábia não foi a minha assistente, foi minha irmã de alma. Ela nunca me abandonou. E enquanto eu virava mais conciliador, ela queria vivo aquele Leo Dias jovem e sem medo de nada. Mas era a vez dela assumir esse papel.

O que eu quero dizer é que hoje a minha pupila estreia no "Fofocalizando" no lugar que já foi meu e eu me encho de orgulho pois essa é a prova de que estávamos no caminho certo.

A minha função naquele programa era muito mais do que trazer as exclusivas: eu estava ali para incendiar, para tacar fogo nas discussões e surpreender, chocar. Afinal, minha vida toda fiz isso. A experiência é necessária, por isso eu me destacava e por isso Fábia vai brilhar.

Acabava o Fofocalizando e as redes socais explodiam a cada programa. Mas, de repente, o "Fofocalizando" virou um programa óbvio, careta, previsível... Monótono. Faltava um louco. Faltava uma louca. Então, preparem-se, para o estilo Leo Dias visceral, que programa precisa urgentemente. Assim como eu, Fábia veio ao mundo para incomodar. Boa sorte, meu amor.

Blog do Leo Dias