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Por que Felipe Neto, Whindersson Nunes e Carlinhos Maia se odeiam?

Carlinhos Maia, Felipe Neto e Whindersson Nunes - Reprodução/ Montagem UOL
Carlinhos Maia, Felipe Neto e Whindersson Nunes Imagem: Reprodução/ Montagem UOL

Colunista do UOL

15/04/2020 14h27

Eles são os maiores nomes da internet: do YouTube ao Instagram: Felipe Neto, Whindersson Nunes e Carlinhos Maia. Mas não há nenhuma relação entre eles, nem de uma mera cordialidade, há sim um ódio com ares de perseguição que mostra claramente que há uma evidente disputa por quem é o rei da internet. Eles se alfinetam por algumas vezes, pegam mais pesado em outras e, às vezes, até forçam uma amizade inexistente. Vamos entender a treta:

Em março de 2018, o canal Vagazoide fez chacota pesada contra Felipe Neto, chamando-o entre outras coisas de desprezível, e Whindersson Nunes twitou os links dos vídeos. Felipe ficou revoltado e publicou: "existe algo pior que pessoa falsa, é a pessoa dissimulada". Desde então a relação entre eles é inexistente. Um simplesmente finge que o outro não existe, embora Felipe tente claramente uma aproximação. A tática de Felipe é óbvia: Whindersson é rei entre os homens nordestinos e Felipe não consegue ser aceito pela região. Felipe é fenômeno no Sul e Sudeste, mas tem sérias restrições no Nordeste.

Analistas dizem que o tom agressivo de Felipe não condiz com a índole do povo nordestino, que, apesar de ter pensamentos parecidos com o de Felipe, não compactua com o ódio de seu discurso.

O Nordeste, aliás, é a região que mais cresce em relevância na internet. A região representa claramente o Brasil independente e intelectualmente discordante, o que acaba se manifestando nas artes.

A briga entre Whindersson e Carlinhos foi mais do que pública e começou nesta modesta Coluna, quando Carlinhos reclamou do fato de Whindersson ter desistido de ser padrinho uma semana antes de seu casamento, no ano passado. O quiproquó terminou no Twitter com uma lavação de roupa suja digna do "Casos de família", com direito a WhatApp bloqueado e demissão da série de humor "Os Ronis". Desde então, surgiu um racha enorme no humor do Nordeste.

Apesar de serem da mesma região, os públicos de um e de outro são bem distintos. Whindersson agrada em cheio o homem heterossexual, que leva a mulher ao show, mesmo sem ela querer. Já Carlinhos agrada à mãe, à avó, à família de uma maneira geral, principalmente por conta da sua relação com sua mãe adotiva, que com seu linguajar e jeito simples, caiu nas graças do Brasil mais simples.

Radicalmente o oposto do público de Felipe Neto, concentrado nas capitais, com pouca influência no interior do Brasil. O seguidor de Felipe assemelha-se a ele: jovem, urbano, branco e revoltado. E, lógico, não lida bem com as minorias, como Carlinhos.

Carlinhos é um dos alvos preferidos dos ataques de Felipe, há muito tempo. Mesmo sem citar a questão sexual, Felipe critica sistematicamente o nordestino e chegou a dizer que gostaria de "vendê-lo" para a China.

Mesmo não atacando diretamente Whindersson, Felipe atinge o público dos dois nordestinos ao demonstrar uma perseguição deliberada a Carlinhos, pois o público de Whindersson não entende muito bem tais ataques, que por vezes parecem sem sentido, pelo simples fato de ser ele, algo que o nordestino está acostumado a sofrer.

Com seu perfil nada hater, o oposto de Felipe, Whindersson é o que mais tem seguidores nas redes. No Youtube: 39 milhões, contra 37 de Neto. Como a área de atuação de Carlinhos é o Instagram, lá, Whindersson também leva vantagem: 39 contra 16 de Maia e 12 de Felipe.

Talvez, se eles fossem mais maduros e resolvessem interagir, todos cresceriam em números e relevância.

Blog do Leo Dias