Cinco mulheres que livraram "A Dona Do Pedaço" de ser uma decepção total
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O eventual leitor que acompanha esta coluna ou me segue no Twitter sabe que "A Dona do Pedaço" me decepcionou muito - e por motivos variados. Não vou repetir meus argumentos aqui (veja uma lista no fim do texto), mas arrisco dizer que a novela de Walcyr Carrasco, apesar da ótima audiência, foi uma das mais fracas exibidas nesta década.
Ainda assim, é preciso reconhecer que ela teve as suas qualidades. Curiosamente, todas femininas. Destaco abaixo três atrizes e duas personagens que chamaram a atenção ao longo destes 150 capítulos.
Paolla Oliveira: A caracterização de Vivi Guedes como uma influenciadora digital deixou muito a desejar, mas a atriz não teve culpa nisso. Por economia de recursos ou falta de melhor ideia, o autor se limitou a exibir Vivi posando para fotos em um estúdio ou fazendo ações de merchandising para a Globo. Já Paolla foi muito feliz na escolha do tom da personagem. Criou uma Vivi saltitante, tolinha, deslumbrada e infantil, ajudando a atrair simpatia para um tipo volúvel e vazio. Foi, de longe, a atriz que mais se destacou na novela.
Kim: A esperta agente dos influenciadores digitais foi a melhor personagem da novela. Amoral, debochada, interesseira, Kim deu nó em pingo d´água para arrancar dinheiro dos ricos em busca de fama. Além disso, mostrou-se uma mulher livre na sua relação com os homens, escolhendo os seus parceiros com altivez. Mônica Iozzi esteve à altura de Kim e transmitiu todo o humor da personagem.
Suely Franco: Aos 80 anos, a atriz brilhou em todas as cenas que teve na novela. No papel da amiga maternal de Maria da Paz, Marlene foi uma das poucas personagens genuinamente boas da trama. E ainda teve direito a protagonizar, na reta final, a disputa pelo coração de Antero (Ary Fontoura) com a dissimulada Evelina (Nivea Maria).
Beatriz: Personagem das mais secundárias, a madame traída pelo marido rico, Otávio (José de Abreu), e aconselhada pela mãe idiota, Linda (Rosamaria Murtinho), conseguiu fugir do seu destino. Na pele de Natalia do Vale, Beatriz passou por uma transformação convincente, deixando de ser uma mulher conformada e partindo em busca de alguma felicidade. Ainda que a solução tenha sido um pouco óbvia (encantou um homem 30 anos mais jovem, Zé Helio (Bruno Bevan), Beatriz deu o seu recado.
Nathalia Dill: A segunda vilã da novela foi uma personagem pessimamente estruturada e repetitiva. Com direito a bordão ("fui criada em convento"), Fabiana teve uma trajetória sem sentido algum na trama, quase tão absurda quanto a de Josiane (Agatha Moreira). Mas a atriz encarou o desafio com muita dignidade. Nathalia Dill sustentou muito bem as peripécias extravagantes e o péssimo texto escrito para a sua Fabiana. Foi um prazer ver a atriz em cena.
Alguém sabe dizer por que Josiane odeia tanto a mãe?
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