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Mauricio Stycer

Ataque a Renato Peters é uma agressão ao jornalismo e não apenas à Globo

O repórter Renato Peters, no SPTV,  da Globo - Reprodução / Internet
O repórter Renato Peters, no SPTV, da Globo Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

10/04/2020 14h47

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Dois repórteres da Globo tiveram seu trabalho perturbado nesta sexta-feira por interferências de pessoas que passavam perto durante transmissões ao vivo. No "SP 1", uma mulher arrancou o microfone das mãos de Renato Peters e gritou palavras contra a emissora e a favor do presidente Jair Bolsonaro. No "Hoje", um homem passou ao lado da repórter Sabina Simonato batendo palmas e gritando contra a Globo.

Não é de hoje que links ao vivo da emissora são "invadidos" por manifestantes. Em diferentes épocas e por diferentes motivos, a Globo já foi alvo deste tipo de "guerrilha" inúmeras vezes.

No momento, os principais protestos são de aliados de Bolsonaro, que já declarou enxergar a Globo como "inimiga". O grito de guerra mais comum - "Globo lixo" - é, também, uma hashtag que frequentemente aparece nos tópicos mais comentados do Twitter.

O protesto que atrapalhou o trabalho de Peters nesta sexta-feira se diferencia pela violência envolvida. A mulher tirou o microfone das mãos do repórter e ele, a julgar pelas imagens, fez muito bem em não resistir ao ataque nem lutar para pegar a peça de volta.

O que ocorreu é um grave ataque ao jornalismo, e não apenas à Globo. Divulgar as imagens sem fazer uma condenação enfática pode parecer uma maneira de estimular outros ataques parecidos.