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Mauricio Stycer

JN reage à "exclusiva" de Bolsonaro e não mostra imagens do presidente

William Bonner e Renata Vasconcellos, apresentadores do Jornal Nacional  - Reprodução/Globoplay
William Bonner e Renata Vasconcellos, apresentadores do Jornal Nacional Imagem: Reprodução/Globoplay

Colunista do UOL

07/07/2020 21h22

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O "Jornal Nacional" decidiu não mostrar imagens do anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro de que contraiu a covid-19. O presidente fez a comunicação em entrevista a apenas três emissoras de televisão, a TV Brasil, pública, a Record e a CNN Brasil, nesta terça-feira (07).

William Bonner fez menção ao fato assim que deu a notícia, na abertura do telejornal: "O presidente Jair Bolsonaro confirmou hoje que contraiu o novo coronavírus. Ele fez o anúncio para a TV estatal e outras duas emissoras. Nenhum dos demais órgãos de imprensa foi convidado", disse.

Ainda que pudesse solicitar as imagens da TV Brasil ou das outras duas emissoras, o telejornal da Globo optou por apenas descrever as falas do presidente e reproduzir literalmente algumas passagens.

Pela decisão de não mostrar as imagens é possível entender que a Globo considerou indevido o privilégio a duas emissoras privadas. Como escrevi mais cedo, por se tratar de um assunto de interesse nacional, seria de esperar que esta comunicação fosse feita da forma mais ampla e pública possível.

Renata Vasconcellos e Bonner também criticaram diversas observações feitas durante o anúncio. "Bolsonaro não apresentou nenhum dado para amparar a afirmação de que o número de óbitos tenha aumentado por outras causas e não pelo vírus. Ele citou um aumento de casos de suicídio e de doentes que não procuram os médicos por medo de se contaminar", disse a apresentadora.

Ainda Renata: "Mais uma vez minimizando a tragédia da pandemia, o presidente disse que o coronavírus é quase como uma chuva, que vai atingir alguns e outros não".

O JN criticou ainda a fala do presidente sobre o suposto baixo risco que os mais jovens correm caso contraiam o vírus. "A declaração do presidente Bolsonaro vai em sentido contrário ao que dizem várias pesquisas internacionais", disse Renata.