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Foi pra Record! Relembre os papéis inesquecíveis de Eri Johnson na Globo

Eri Johnson: relembre os personagens mais fascinantes que o ator e bon vivant viveu nos dias nublados de seus quase 30 anos de plim-plim - Divulgação
Eri Johnson: relembre os personagens mais fascinantes que o ator e bon vivant viveu nos dias nublados de seus quase 30 anos de plim-plim Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL

04/11/2016 07h00

Eri Johnson morreu ou foi pra Record? A piada já está surrada, mas Eri Johnson foi anunciado como atração em uma vindoura novela da emissora bem no dia de finados.

Com o sorriso aberto e sempre na expectativa de bater um futevôlei, podemos dizer que Eri Johnson construiu uma carreira sólida como bon vivant, amigo de celebridades, cercado por belas mulheres e, quando não dava praia, ator de novelas e humorísticos da Globo. Os discípulos Bruno de Luca e Rafael Zulu, entre outros, levam seu legado adiante.

Em mais um monumental esforço jornalístico, fomos puxar nos recônditos da memória quais foram os personagens mais fascinantes que Eri Johnson viveu durante os dias nublados de seus quase 30 anos de plim-plim.

 

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    5. Ligeirinho em "O Clone"

    A novela "O Clone" (2001) é um clássico que garantiu vários grandes momentos para nossa teledramaturgia. Nem todo mundo lembra, mas Eri Johnson deu vida ao meliante Ligeirinho, que aplicava pequenos golpes em coadjuvantes e figurantes menos cotados ao lado de Raposão, penúltimo papel do saudoso Guilherme Karan na TV.

    É curioso notar que o ator acabou criando uma espécie de Contra-Método, onde todos os personagens procuram desenvolver em si mesmos os pensamentos e emoções do Eri Johnson.

    Não obstante, ainda emplacou o ?bom te ver?, apenas mais um entre os bordões erijohnseanos repetidos com alguma persistência em todos os diálogos possíveis. Um marco!

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    4. Romário (vários programas)

    Se nas novelas Eri Johnson sempre parecia muito consigo mesmo, era nas imitações que o ator podia mostrar suas outras facetas. E assim conhecemos um mundo lúdico o suficiente para sabermos como seriam Roberto Carlos, Caetano Veloso, Ney Latorraca e Romário imitando Eri Johnson.

    O ex-global ostenta uma personalidade tão marcante que mesmo suas imitações parecem simulacros de si mesmo - apenas com uns tiques nervosos a mais.

    Romário, grande parceiro de futevôlei, esteve entre os alvos preferidos do multitalentoso artista. E inclusive foi a base para todos os humoristas que vieram depois, sem nenhum que tenha logrado sucesso em superar o mestre.

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    3. O Maior Comediante do País (Domingão do Faustão)

    Como boa parte do star system global do fim do século passado, Eri Johnson teve uma passagem retumbante pela Escolinha do Professor Raimundo (1992). Chico Anysio havia ficado maravilhado com sua performance em uma peça.

    O veterano falou com Fausto Silva sobre o então novato: ?Um comediante que mais um ano ou dois estará no top de Oscarito. Esse não tem erro, que ele faz o humor a sério. Com seriedade. [...] Eri Johnson com certeza será o maior comediante do país em algum tempo.?

    Imagina se Chico tivesse visto Eri jogando futevôlei! Aí sim?

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    2. Lulu em "Barriga de Aluguel"

    Em seu primeiro papel de destaque, Eri conseguiu transformar um bordão em franquia. Duas palavrinhas tão simples quanto ?já fui? acabaram virando uma coqueluche pelo simples fato de serem repetidas à exaustão para milhões de brasileiros durante o horário nobre. Era o meme do período analógico.

    E Eri Johnson, sempre tão Eri Johnson, acabou levando o bordão consigo, em uma turnê que não parecia ter data para expirar. Uma versão mais sofisticada do bordão, o minimalista ?fui!? teria espaço em outras duas novelas: "Sonho Meu" (1993), na boca do personagem Giácomo e "América" (2005), com o caubói Valdomiro.

    Se não levava personagens para cama, Eri Johnson certamente não poderia dizer o mesmo de seus bordões. ?Fui!? virou nome de peça de teatro e também de um programa de variedades que o polivalente ator apresentou ao vivo na CNT / Gazeta no ano 2000.

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    1. Reginaldo Freitas em "De Corpo e Alma"

    Eri Johnson foi o primeiro gótico suave do Brasil - muito antes da internet transformar isso em moda. O soturno alívio cômico foi uma grande sacada de Glória Perez e causou profundo impacto em nossa cultura: até hoje ninguém consegue levar um gótico a sério.

    No começo dos anos 90, quando o movimento do momento já era o grunge e o sertanejo, a Globo começava a brincar com os estereótipos da década anterior.

    Reginaldo Freitas, talvez o melhor nome com o qual um gótico já foi batizado, é também um pioneiro na arte stalker - o problemático rapaz vivia atrás da Yasmin, personagem da atriz Daniella Perez.

    Em uma novela marcada pela tragédia, a arte de Eri Johnson acabou ficando como uma das lembranças felizes. Para o azar dos góticos da vida real.

    Esperamos que Eri Johnson volte a ser presença frequente na TV, pois seu estilo inconfundível faz falta em um mercado tão pasteurizado. Se todo mundo precisa ser igual, que sejam mais Eri Johnson - exatamente como seus personagens.

    *Chico Barney é entusiasta e divulgador da cultura muito popular. Escreve sobre os intrigantes fenômenos da TV e da internet desde 2002.