Até 'Video Show' ri da Globo no caso Chimbinha
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Somente ontem, quase dois meses após o início da lavagem de roupa pública, o "Fantástico" entrou sob rufar de tambores no famigerado caso Calypso: a traição do músico Chimbinha à (ex) mulher e cantora Joelma.
Foram quase oito minutos de depoimento monocórdico do cantor e traidor assumido à repórter (séria) Cristina Serra.
O artista deu a entrevista "exclusiva" com ar contrito, cabisbaixo e cheio de frases de arrependimento.
"Agora ele (Chimbinha) quebra o silêncio numa entrevista exclusiva", bradou o âncora Tadeu Schmidt, ignorando que um bilhão de revistas e sites --inclusive alguns do próprio Grupo Globo-- vêm falando com o músico com "exclusividade" há meses.
Essa leitura do que é ou não é "exclusivo" não deixa de ser conhecida em algumas coberturas da Globo: parece que a emissora às vezes acha que um assunto só passa a existir de fato quando ela começa a cobri-lo.
O problema é que, desta vez, o programa dominical não só se gabou de um "furo" inexistente, como tentou transformar a famosa fofoca pura e simples em jornalismo.
Após dois meses, convenhamos, não há mais nenhum "furo" a ser dado sobre a pendenga.
Joelma faz o papel da vitima traída; Chimbinha o papel de vítima-traíra (segundo o músico, foi "o sucesso" que afastou o casal). E o "Fantástico" faz o papel de "pioneiro", entrando num assunto já surrado pela internet, jornais e outras emissoras, como SBT e Record.
Aqui vale um adendo: pela primeira vez Record e Globo assumem o papel de distintos porta-vozes "oficiais" de uma fofocaria: enquanto a primeira assumiu as dores da traída Joelma (somente o lado dela tem sido dado com destaque em programas como o "Balanço Geral", enquanto o guitarrista é alvo de deboche), a Globo passa a ser agora a guardiã da versão do pobre e arrependido Chimbinha.
O problema é que nem a própria Globo leva mais a sério este tipo de cobertura, o que foi comprovado nesta segunda-feira, quando o próprio "Video Show" meio que ironizou a "cobertura jornalística" da casa, com Monica Iozzi explicando ao público (mais um "furo jornalístico"?) por que o líder e guitarrista da banda Calypso não tem mais o apoio e a simpatia do público: "O problema é que Chimbinha não tinge mais a franja".
Parem as máquinas!
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