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"É a 1ª novela que faço e gosto de assistir", diz Fábio Assunção

Renato Rocha Miranda/Globo
Imagem: Renato Rocha Miranda/Globo

13/01/2016 08h00

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Com apenas 44 anos, Fábio Assunção pode ser considerado um sobrevivente. O ator despontou para a fama com apenas 19 anos, em 1990, na novela “Meu Bem, Meu Mal”. No ano seguinte já era considerado um símbolo sexual, assediado pelas ruas e cobiçado por novelistas.

Fábio trabalhou muito. Só nos primeiros 10 anos de Globo fez oito novelas, quatro séries e minisséries, três longas para o cinema, fora outras seis peças de teatro.

Na década seguinte, ator consagrado, explodiu com outros trabalhos, e um dos mais notáveis foi o do jornalista sensacionalista Renato Mendes, em "Celebridade" (2003). Vieram outros bons trabalhos, como em “Paraíso Tropical” (2007) e o encantador protagonista de “Dalva e Herivelto” (2010), que lhe rendeu reconhecimento internacional e um Emmy de melhor ator.

Fabio Assunção em O Rei do Gado - Divulgação - Divulgação
Em "O Rei do Gado"
Imagem: Divulgação

Fabio Assunção em Dalva e Herivelto - Divulgação - Divulgação
Com Adriana Esteves em "Dalva e Herivelto"
Imagem: Divulgação

Fabio Assunção e Claudia Abreu em 'Celebridades" - Divulgação - Divulgação
Com Claudia Abreu em "Celebridade"
Imagem: Divulgação

Um ano antes havia vencido também o prêmio de melhor ator do Festival de Cinema de Los Angeles, pelo “Bellini e o Demônio” (2008). Mas demoníaco, mesmo, para Fábio, foi o ano seguinte. Já escalado e durante os ensaios para “Insensato Coração”, foi derrubado pelo uso de cocaína e álcool, e pediu para sair do projeto.

Em vez de compreensão e respeito por 20 anos de bons serviços prestados, Fábio virou alvo da língua viperina de colegas e até de novelistas da Globo, como Aguinaldo Silva --que o criticou publicamente em rede social.

A emissora nunca deixou de o apoiar num momento tão difícil --aliás, justiça seja feita, algo que a Globo faz não só com seus galãs, mas com qualquer funcionário com problemas de saúde, sejam causados por drogas ou quaisquer outras doenças.

A volta por cima veio em 2011, quando retornou à Globo em “Tapas & Beijos”, que ficou no ar até o ano passado.

No segundo semestre de 2015, passou a viver a pele de Arthur, em “Totalmente Demais” (19h). Mas bastou um problema de saúde e uma ausência em uma gravação para o peso do passado voltar. Voltaram as especulações na imprensa de que teria sofrido uma recaída nas drogas, que o elenco havia se desanimado.

Para piorar, até uma colunista do próprio Grupo Globo publicou uma nota afirmando que seu personagem seria retirado da trama, uma vez que faltava cada vez mais às gravações. Afirmou que o autor já havia decidido reduzir cada vez mais suas cenas. Não foi nada disso que aconteceu, declara.

“Tive um problema gástrico causado por má alimentação”, afirma Fábio nesta entrevista exclusiva ao UOL. “E a Globo gentilmente me levou para fazer uma endoscopia durante as gravações”, diz.

O sobrevivente Fábio Assunção Pinto pode estar limpo, mas, como acaba de sentir na própria pele, sabe que o passado sempre o rondará. 

UOL - Fabio, como está se sentindo nessa volta a uma novela longa? Está lidando bem com a pressão com horários e tantas gravações?
Fábio Assunção - Estou me sentindo muito bem e feliz com esse trabalho. A novela é linda e é muito prazeroso interpretar o Arthur. A “pressão” é natural, comum a todos que lidam com muita responsabilidade. O importante é gostar do que se faz e se apaixonar pelo projeto. No nosso caso, dos atores, essa “pressão” se torna irrelevante quando se tem uma personagem incrível dentro de uma trama bem construída, melhor falando, genial! Me surpreendo a cada capítulo com a Rosane [Svartman], o Pepê [Paulo Halm] e seus colaboradores -nossos criadores. Eles nos oferecem um caminho muito interessante, viradas surpreendentes e muita sutileza e poesia nas relações amorosas. “Totalmente Demais” é a primeira novela que faço que venho assistindo, integralmente, sem perder um capítulo. O sucesso dela, apesar de ser um mérito de todos, vem dessa dramaturgia despretensiosa, elegante e poderosa. Essa é minha motivação, meu prazer e meu foco hoje, além dos meus filhos, claro.


UOL -   O que achou de ter sido escolhido o personagem mais querido da história, segundo o último grupo de discussão? Ficou surpreso? Porque seu personagem não é nem de longe um mocinho tradicional…
Assunção - Fiquei animado com essa informação ter vindo de quem, de fato, assiste à novela. Gosto de desenhar o Arthur com cores fortes e variadas. Gosto de brincar com ele, de jogá-lo em todos os cantos possíveis. Esse reconhecimento me deixa preenchido e, mais que isso, me impulsiona a me dedicar cada vez mais ao todo. O que queremos, além de fazermos personagens que sejam elaborados e queridos? Mas sei também que a pesquisa revelou que todas as atuações são admiradas pelo público. Não me coloco acima de ninguém, nunca. Troco e aprendo com meus colegas, dia a dia. E essa novela tem uma característica específica. Reúne gerações, de 10 a 80 anos, o que torna essa troca mais rica, todos aprendendo com todos, um casamento entre a invenção e o traquejo. Esta aqui não (considero) uma entrevista “chapa branca”, nunca fui disso. Eu realmente sinto o que estou te falando. Adoro essa novela.

UOL -  A imprensa (inclusive Globo) andou especulando novamente sobre sua vida privada por causa de faltas suas a algumas gravações. O que aconteceu, de fato? E também poderia mandar um recado para as pessoas que ficam preocupadas com você?
Assunção - Tive problemas gástricos causados pela má alimentação. Tive que reestabelecer minha rotina. A Globo gentilmente me levou a fazer uma endoscopia durante as gravações no Rio. Agora estou tomando as medicações recomendadas para poder me alimentar sem problemas. Está tudo bem comigo! E, no mais, estamos arrebentando! Fomos o quarto programa de TV mais falado na internet no mundo em novembro (perdemos para três programas americanos), o mais falado no Brasil e somos felizes. Que essa felicidade contagie a todos que assistem a nossa história!