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Ricardo Feltrin

Celeiro de atores, "Malhação" tem salários achatados nos últimos 7 anos

Fantasiada de Madonna, Lica beija "paquita" K1 em festa anos 80 de "Malhação: viva a Diferença" - Reprodução/TV Globo
Fantasiada de Madonna, Lica beija "paquita" K1 em festa anos 80 de "Malhação: viva a Diferença" Imagem: Reprodução/TV Globo

Colunista do UOL

27/06/2017 06h12Atualizada em 27/06/2017 09h08

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Nos últimos sete anos os salários em quase todos os setores da Globo caíram muito ou sofreram mudanças trabalhistas, de forma que a emissora gastasse menos.

Isso aconteceu também na dramaturgia, onde contratos nababescos e ou de longa duração são hoje uma exceção.

De todo o setor da dramaturgia, porém, o que sofreu o maior “baque” nos últimos anos foi a produção de “Malhação”.

Um dos mais importantes produtos da casa, “Malhação” tem um histórico de gerar muitos talentos para a Globo nos últimos 22 anos.

Até o início desta década, além de ser uma ótima oportunidade profissional e do status em si, trabalhar em “Malhação” dava ótimos salários, que não raro eram de dois dígitos.

Bom, mas esses anos dourados acabaram.

Na temporada atual, segundo levantamento feito pela coluna, atrizes centrais como Gabriela Medvedovski (Keyla), Manoela Aliperti (Lica), Heslaine Vieira (Ellen), entre outras, ganham entre  R$ 4.000 e R$ 4.500 mensais (por obra ou temporada).

Está longe de ser um salário baixo para jovens profissionais, mas é bem menos da metade do que a Globo pagava em 2010 para o primeiro escalão de sua novelinha teen.

Atores e atrizes secundários da história, porém, podem receber menos da metade disso (R$ 2.000).

VALE PRA TODO MUNDO

Em “Malhação”, os ganhos não caíram só para artistas, mas também na produção. Um diretor de cenas externas sete anos atrás ganhava até R$ 16 mil. Hoje mal chega à metade.

Uma produtora em 2010 ganhava o equivalente hoje a R$ 10 mil, e era contratada. Hoje, não chega a R$ 5.000. E provavelmente ela é PJ.

Houve uma mudança radical na área técnica da emissora na questão trabalhista.

Muitos setores que no passado eram formados por funcionários registrados em carteira hoje são ocupados por “unidades” de pessoas jurídicas.

Até mesmo o cachê de figurantes de “Malhação”, que são todos terceirizados, foi achatado. Em alguns casos os  figurantes recebem apenas R$ 60 por um dia inteiro de gravação.

GLOBO NÃO É MALVADA

A queda nos cachês e salários em “Malhação” nos últimos anos impressiona, mas é importante lembrar que isso decorre de ajustes do Grupo Globo (PJ) ao que ele considera a realidade da economia ano após ano.

A Globo não está sendo perversa. Cortar gastos é a regra em  qualquer corporação. Não se trata de uma questão moral, mas de saúde financeira.

Mas, de fato, chama a atenção que artistas que estão no ar em rede nacional ganhem tão pouco.

Principalmente por causa da importância artística que “Malhação” tem para o Grupo Globo. E também em audiência, já que é a produção responsável por “alavancar” o ibope de todo o horário nobre da emissora, o mais valioso. A atual temporada tem dado mais de 20 pontos de média no país.

Em todo caso, isso certamente só está ocorrendo porque deve haver uma oferta muito grande atores e atrizes (relativamente competentes) no mercado.

OUTRO LADO

A coluna procurou a Globo para saber o piso salarial dos atores da casa, mas foi informada que a emissora "não divulga nem piso nem faixas salariais". 

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