Topo

Ricardo Feltrin

Exclusivo: Livro conta 100 histórias inéditas sobre Ricardo Boechat

Eduardo Barão e o livro "Eu Sou Ricardo Boechat", que será lançado em dezembro - Arquivo Pessoal
Eduardo Barão e o livro "Eu Sou Ricardo Boechat", que será lançado em dezembro Imagem: Arquivo Pessoal

Colunista do UOL

24/11/2019 06h03

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Resumo da notícia

  • Jornalistas da Band lançam livro sobre Ricardo Boechat
  • Família de Boechat aprovou e colaborou com a obra
  • São 100 histórias inéditas sobre Ricardo Boechat (1952-2019)

Eduardo Barão e Ricardo Boechat trabalharam juntos e foram amigos próximos dentro e fora da redação por mais de 12 anos.

Barão nunca imaginaria que um dia estaria ao vivo na TV informando —sem saber—, a morte desse amigo.

Foi isso que aconteceu no dia 11 de fevereiro deste ano.

Ele estava ancorando o noticiário do canal pago BandNews e noticiando justamente a queda de um helicóptero na região de Osasco, em São Paulo. Sabia-se que havia ao menos uma vítima fatal, talvez duas. E nada mais.

Foi quando um chefe entrou no "ponto eletrônico" e o mandou sair do ar. Aquilo era incomum.

Barão diz que pensou imediatamente que pudesse ser um problema familiar.

Bem, na verdade, era. Assim que saiu do estúdio foi avisado pelos colegas: era seu "irmão" que havia morrido naquele helicóptero de Osasco.

"Eu Sou Ricardo Boechat" é o nome do livro que Barão e o colega Pablo Fernandez vão lançar no dia 9 de dezembro em São Paulo.

Publicado pela Panda Books, traz histórias inéditas, divertidas e algumas até "vergonhosas" sobre um dos maiores e mais queridos jornalistas e comunicadores brasileiros de todos os tempos.

Para ser mais preciso, são 100 histórias que mostram de forma transparente quem era Boechat. O nome do livro, aliás, era seu bordão diário na rádio BandNews FM.

Dezenas de amigos de Boechat foram ouvidos. A família dele colaborou ativamente com o projeto.

O co-autor, Pablo Fernandez, ajudava Boechat na coluna que ele manteve por anos na "IstoÉ" e é coordenador de redação e editor da manhã na BandNews FM,

O prefácio é da viúva, Veruska Seibel Boechat. A mãe do jornalista, dona Mercedes, também fez um texto. A família abriu o baú de fotos e muitas estarão impressas para os leitores.

Na entrevista exclusiva abaixo, Barão adianta algumas histórias engraçadas envolvendo o "Careca" —como todos os amigos próximos o chamavam.

Por exemplo a ocasião em que ele foi detido numa blitz no Rio com o carro da atriz Maitê Proença, a quem considerava "comadre". Estava de chinelos e sem habilitação. Foi preso.

Ou quando Boechat perdeu a aliança e pediu a de um diretor emprestar a dele. Não aparecer no ar sem a aliança e irritar a doce Veruska.

Ele e Barão também passavam horas e mais horas falando de dois temas de interesse comum: insônia e morte.

Há um trecho bem doloroso nas linhas abaixo, quando o jornalista relata o que sentiu e o que aconteceu nas redações da Band e BandNews no momento em que todos souberam da morte.

O livro será lançado em São Paulo no dia 9 de dezembro (Livraria da Vila, alameda Lorena), e no Rio no dia 11, na Livraria da Travessa no shopping Leblon.

Leia a seguir a íntegra da entrevista com Eduardo Barão, autor do livro "Eu Sou Ricardo Boechat".

Antes de falarmos do livro, me fale de sua carreira. Como você foi parar na BandNews, o que fez antes, onde estudou?. Se teve outras profissões ou trabalhos antes do jornalismo...

Eduardo Callamari Barão - Dos 12 aos 14 anos j eu joguei vôlei. Cheguei à seleção paulista. Mas, tive que escolher entre continuar estudando ou seguir carreira como jogador profissional.

Achei que a aposta era muito grande. Aí, comecei a trabalhar aos 14 anos no McDonald's da Praça Panamericana, em Pinheiros, logo que a loja foi inaugurada.

Fui o funcionário do mês no primeiro mês, com direito a foto na parede. E lá fiz um pouco de tudo. Desde ser chapeiro (eu fui! já posso ser embaixador). Aliás, estudei na Universidade da Georgia, o que me cacifa ainda mais para o cargo) e até limpei banheiro.

Aos 17 anos, comecei a cursar jornalismo na Universidade Metodista e me formei locutor no Senac, porque sempre quis trabalhar em rádio.

Logo, comecei a trabalhar em jornal de bairro, mas aos 18 anos entrei na rádio Jovem Pan, onde fiquei por 9 anos.

Então fui convidado para fazer parte da nova rádio que estava sendo lançada, a BandNews FM (2005), onde fui um dos primeiro âncoras. Já são 24 anos de carreira no rádio.

Quando foi a primeira vez que você ouviu falar em Ricardo Boechat?

Eduardo Barão - Quando comecei na Jovem Pan, fazendo rádio-escuta, o chefe de redação na época, Anchieta Filho, pedia para ter especial atenção com um careca carioca que participava todos os dias do "Bom Dia Brasil", da Rede Globo.

Numa época em que a Internet ainda engatinhava, perder aquele curto espaço onde Boechat falava poderia significar não saber o furo do dia, a notícia que seria manchete de todos os jornais na manhã seguinte.

E como vocês acabaram trabalhando juntos?

Eduardo Barão - Boechat também foi um dos fundadores da BandNews, mas ele ficava na redação do Rio.

Ele apresentava o noticiário local no Rio e fazia uma participação em horário nacional, com o primeiro âncora da BandNews FM, Carlos Nascimento.

Quando o Nascimento foi pro SBT, a direção da Band decidiu trazer Boechat definitivamente para São Paulo.

Foi aí que ele assumiu o "Jornal da Band", na TV, e a ancoragem nacional da rádio BandNews FM. Isso foi em 2006. E, desde então, tivemos convívio diário no ar e fora dele.

Vocês tinham relação fora do trabalho? Tipo, sair juntos?

Eduardo Barão - Ficávamos juntos na rádio diariamente entre 7h e 11h da manhã. Era uma convivência muito intensa. Com longas conversas. E nos falávamos trocando mensagens depois desse horário.

Jantávamos juntos algumas vezes, fomos ver juntos um show dos Rolling Stones, participamos de cerimônias de prêmios e pelo menos duas vezes ele me emprestou o apê dele no Rio.

Ou seja, era uma relação que ultrapassava a redação. Mas, a verdade é que nossa rotina não permitia uma vida social muito mais intensa que isso.

Eu acordava às 4h da manhã para estar no ar na rádio às 5h40, o que só mudou no começo desse ano quando passei a entrar às 7h.

Já Boechat conseguia aproveitar um pouco mais da noite, depois que saía do "Jornal da Band".

Qual vai ser o nome do livro e do que ele trata especificamente: do colega de trabalho Boechat ou de suas memórias pessoais em relação a ele? Você o escreveu baseado em sua memória?

Eduardo Barão - O livro se chama "Eu Sou Ricardo Boechat", que era o bordão que ele abria sua entrada na BandNews FM todas as manhãs.

É um livro que tem um pouco de tudo. São lembranças de histórias que eu e meu amigo Pablo Fernandez vivemos ao lado dele ou ouvimos ele contar, no ar e fora do ar.

Boechat adorava contar histórias da sua vida pessoal, algumas impublicáveis —e que fiz questão de publicar nesse livro porque tenho certeza de que ele aprovaria.

Contei também com a ajuda de pessoas próximas a ele na Band, gente que tinha coisas boas para contar. No total são 100 histórias.

Tem algumas engraçadas, surpreendentes, muitos relatos de como era o dia a dia da redação, e alguns dramas.

Dê um exemplo...

Eduardo Barão - Uma das histórias que acho mais surpreendentes foi quando ele pegou emprestado o carro da atriz Maitê Proença, que é comadre dele, e acabou sendo preso na ponte Rio-Niterói.

Nessa época Boechat teve a primeira e única experiência dele como funcionário público. Ele era secretário de Comunicação do Moreira Franco, então governador do Rio.

Ele pegou o carro da Maitê, um carrão, e foi parado numa blitz sem camisa, de chinelo de dedo e sem carteira de habilitação.

Quando o policial perguntou de quem era o carro, não teve dúvidas: 'É da Maitê Proença'.

O policial achou que era sacanagem e foi verificar o documento do veículo. Lá estava o nome de um homem que Boechat não conhecia. Na verdade era o pai da Maitê.

Boechat foi levado para a delegacia. Horas depois, ainda na cadeia, aparece o secretário de Segurança Pública para soltá-lo.

E ralhou: 'Por que você não avisou que era um secretário de Estado?' E Boechat respondeu: 'Não avisei porque o guarda teve todo o direito de me prender'.

Contamos no livro também os duros momentos de quando Boechat precisou se tratar de um quadro de depressão.

Ele ficou algumas semanas afastado e os ouvintes acharam que tinha sido por conta de alguma represália por parte da direção da Band, o que nunca aconteceu.

Quando ele voltou ao trabalho, Boechat escancarou o problema, o que ajudou muita gente a encarar essa terrível doença.

Depois deu várias palestras sobre o assunto e brincava dizendo que, se soubesse que isso daria dinheiro, já teria tido depressão há muito tempo... rs

Você pediu algum tipo de permissão à família antes de escrever o livro?

Eduardo Barão - Na verdade eu tinha dito para ele em outubro do ano passado que eu queria fazer um livro sobre os bastidores da rádio e da minha experiência profissional na Jovem Pan e desde o lançamento da BandNews FM.

E, claro, disse que haveria histórias sobre ele. Inclusive esse projeto já estava fechado com a editora (Panda Books).

Eu já tinha algumas histórias escritas quando aconteceu a tragédia no início do ano.

Depois de um tempo, ouvindo tantas histórias sobre Boechat, decidi aproveitar parte desse material e fazer o livro apenas sobre ele.

Já tinha uma relação muito próxima com a Veruska e, após a tragédia, também me aproximei mais ainda da dona Mercedes.

Quando falei do livro elas ficaram muito felizes com a homenagem, porque sabiam que seria algo verdadeiro, com a cara dele. Tanto que a Veruska escreveu o prefácio, tem um texto da dona Mercedes e muitas das fotos saíram do baú da família Boechat.

Vamos relembrar o caso da bronca que ele deu numa produtora. Naquela época ele foi massacrado, como sempre, pelos linchadores de internet. Disseram que a "máscara (dele) tinha caído" etc. O que você pode dizer sobre o caso?

Eduardo Barão - Discussões fazem parte do dia a dia de uma redação. Tenho certeza, Feltrin, que você já presenciou (ou participou) de vários casos em que eventualmente um ou outro lado se excede.

A diferença é que agora tudo o que é feito no estúdio de uma rádio ganha uma dimensão maior, com a exibição das imagens na Internet, sem que as pessoas saibam o que de fato aconteceu. Já julgam e já condenam.

Boechat nunca usou máscara. Seu nível de exigência profissional sempre foi o mais alto, principalmente em grandes coberturas, quando a tensão de uma transmissão ao vivo impõe uma dose maior de adrenalina.

Esse 'julgamento de sofá' deveria acabar de uma vez por todas.

Agora vou perguntar algo que sei que é delicado para você: qual foi o momento exato que você soube que ele havia morrido? Qual foi sua reação?

Eduardo Barão - É muito delicado mesmo e até hoje fico triste porque o filme passa novamente pela minha cabeça enquanto te respondo.

Eu estava apresentando o noticiário no BandNews TV sobre o acidente, sem saber que era Boechat que estava a bordo do helicóptero.

Mais cedo ele tinha me perguntado se Campinas era muito longe. Eu achava que ele tinha ido de carro para um evento para o qual foi contratado.

No meio do jornal, um editor me avisou pelo ponto eletrônico que era para eu sair do ar.

Achei estranho porque não estava na hora de encerrar o jornal e imaginei que tivesse acontecido algo com meus filhos. Sei lá, algo na escola, alguém se machucou.

Quando saio do estúdio, meus amigos me deram a notícia e eu não acreditei. Fiquei desesperado, comecei a chorar, achando que era algum trote. Mas não era trote.

E qual foi a reação das pessoas na BandNews e na Band? Ouvi falar de pessoas que passaram mal, tiveram de ser amparadas...

Eduardo Barão - Então, saí da redação da BandNews TV e fui imediatamente pra redação da rádio. E aquela imagem não sai da minha cabeça.

Pessoas chorando de forma descontrolada e a equipe da enfermaria atendendo pessoas que desmaiavam ou estavam passando muito mal.

De fato, ele era muito querido. Foi aí que um diretor me pegou pelo braço e falou: 'Segura tua onda, Barão, a gente precisa de você agora'.

Nesse instante, eu, Sheila Magalhães (diretora de Redação da BandNews FM), e a âncora Carla Bigatto fomos para os microfones da rádio dar a notícia mais triste da nossa vida e da história da rádio.

Queria saber como foi o "day after"; como foi para todos vocês trabalhar sem ele no dia seguinte? Você conseguiu dormir? Queria seu relato dessas horas...

Eduardo Barão - No dia da tragédia um grupo mais próximo a ele foi até a casa de Boechat para dar um abraço na Veruska, nos irmãos e nas filhas, Catarina e Valentina.

Fiquei um pouco mais confortado porque tinha uma psicóloga ajudando a família, principalmente as crianças, nesse momento tão duro.

Cheguei em casa tarde e recebi o apoio da minha família, mas não consegui dormir. Ainda tinha muita coisa presa.

Até que, deitado na cama, eu escrevi um texto como um desabafo. Foi como se eu questionasse porque ele não foi de carro para Campinas. E ali eu descarreguei minha raiva por ter perdido um amigo tão próximo.

No dia seguinte, fizemos um programa reunindo âncoras e apresentadores que foram mais próximos dele. Foi muito difícil e depois segui para o velório.

O velório foi uma catarse coletiva.

Pessoas de diferentes profissões, religiões, idades, pessoas que o adoravam e também gente que não gostava dele, taxistas, uns 'malucos-beleza' —tinha de tudo—, todos foram prestar homenagem a ele (nota da coluna: no dia anterior um enorme grupo de taxistas se concentrou espontaneamente na frente da BandTV. Eles passaram minutos gritando o nome de Boechat, aplaudindo e tocando as buzinas em sua homenagem).

As pessoas não paravam de lembrar de histórias da trajetória dele. Apareceram muitas pessoas que ele ajudou.

Boechat ajudou muitas pessoas financeiramente ou usando sua influência para lutar por causas ou contra injustiças.

Até ele ficaria emocionado com as demonstrações de carinho de tantas pessoas. Fui abraçado por todos nesse dia e isso me confortou. Mas, não consegui ficar até o final do velório. Não tinha mais forças.

O livro vai trazer fotos e imagens inéditas de Boechat? E entrevistas? Você entrevistou outras pessoas e colegas para falar sobre ele?

Eduardo Barão - O livro tem fotos inéditas, de momentos dele na infância, em família e na redação.

Tem uma foto que eu adoro quando saímos juntos no meio da muvuca, dentro do metrô no Rio de Janeiro, na abertura das Olimpíadas, em 2016.

As 100 histórias são baseadas não apenas na minha memória, mas também em lembranças dos meus colegas que contaram momentos, normalmente engraçados que viveram ao lado de Boechat.

Por exemplo, de quando ele perdeu a aliança e, para não tomar bronca da Veruska, pegou uma emprestada de um produtor só para aparecer com o anel na apresentação do "Jornal da Band".

Além da aliança ser enorme e ficar dançando no dedo do Boechat, o produtor ficou morrendo de medo que o careca também perdesse o anel, e aí seria ele o encrencado com a mulher.

Em que momento você soube que teria de substituí-lo? Você não ficou receoso?

Eduardo Barão - Na semana seguinte o martelo foi batido, mas eu já estava tocando o noticiário desde o dia da tragédia.

É impossível substituir alguém como Boechat. E a cobrança é diária. Mas não tento fazer isso.

Tenho mais de duas décadas de rádio e ajudei a construir a imagem da rádio como uma das mais importantes do país.

Felizmente conto com a confiança da Band e com a audiência dos ouvintes que têm a rádio como companhia inseparável todas as manhãs.

Não acha absurdo que quase um ano depois da morte dele a Aeronáutica ainda não tenha concluído o relatório sobre o acidente?

Eduardo Barão - Essa lentidão infelizmente é a mesma que vemos na apuração de tantas outras tragédias no país.

O caso dele poderia servir de lição para que outros não acontecessem, mas na prática sabemos bem que há uma demora criminosa. Justiça lenta não é justiça.

Além do livro você hoje mantém um canal no YouTube, o "Barões do Rádio". Qual seu próximo projeto?

Eduardo Barão - Boechat foi o primeiro a me dar entrevistas para o projeto. Tenho muito carinho por ele, porque normalmente a grande imprensa, que cobre o dia a dia dos bastidores da TV, não dá a atenção que os comunicadores do rádio também merecem.

Além disso, pra mim, criar esse acervo de entrevistas é algo natural, pois sou ouvinte de rádio desde muito pequeno, dividindo o rádio de pilha com meu bisavô e com minha avó.

Minha ideia é fazer entrevistas com comunicadores de todo o país e para isso busco parceiros.

Além disso, sigo no ar todas as manhãs na rádio BandNews FM, na hora do almoço apresento o telejornal na BandNews TV e atualmente também sou comentarista dos jogos da NBA, que voltaram a ser transmitidos pela TV aberta nesse ano.

Essa tarefa tem sido minha válvula de escape, pois sou fanático por NBA. Estou dormindo bem menos por causa disso, mas estou feliz da vida.

Última pergunta: alguma vez você e o Boechat falaram sobre a morte? Eu soube que ele fez uma grande mudança no testamento um ano antes de morrer; ele ampliou a proteção à Veruska e às meninas (Valentina e Catarina)...

Eduardo Barão - Nossos papos no estúdio variavam entre a mais pueril bobagem, como conto no livro, até outros mais filosóficos.

Sendo que dois temas eram frequentes: a insônia, afinal de contas nós dois dormíamos muito pouco e trocávamos técnicas que quase nunca deram resultado; e o segundo era a morte.

Engraçado que Boechat sempre dizia que era algo que estava nas suas reflexões, mas nunca chegamos a dizer que tínhamos medo ou premonições, nada disso.

Boechat nunca teve medo da morte, tinha medo, pavor, isso sim, da injustiça.

Eram apenas discussões vãs que não pretendiam chegar a lugar algum. Não tínhamos como fugir do assunto, pois era tema das notícias que dávamos todas as manhãs. Era algo que o tocava muito, principalmente quando envolvia crianças.

Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook e site Ooops