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Sucesso na TV paga, "Vai que Cola" seria censurado na Globo, diz diretor

O ator e humorista Paulo Gustavo, no papel de Valdomiro Lacerda, entrega quentinhas no subúrbio do Rio em cena de "Vai Que Cola - O Filme" - Páprica Fotografia
O ator e humorista Paulo Gustavo, no papel de Valdomiro Lacerda, entrega quentinhas no subúrbio do Rio em cena de "Vai Que Cola - O Filme" Imagem: Páprica Fotografia

Paulo Pacheco

do UOL, em São Paulo

28/09/2015 14h37

Um dos programas mais vistos da TV paga, "Vai que Cola" seria censurado se fosse ao ar pela Globo, na opinião do diretor do humorístico, César Rodrigues. Para ele, a atração do Multishow, que faz sucesso com palavrões e piadas politicamente incorretas, teria limitações na TV aberta antes mesmo de estrear e seria alvo de setores conservadores da sociedade.

"Acho que na Globo a gente teria muita censura, ou em qualquer outro lugar. Na TV por assinatura, você paga e assiste se quiser. Não falo isso criticando a TV aberta. Falo porque os limitadores, os balizadores são outros. Então é natural que várias classes ou instituições iriam mandar cartas, e-mails. Teríamos que ser muito mais cuidadosos", explica o diretor durante o lançamento do filme "Vai que Cola", nesta segunda-feira (28), em São Paulo.

Para o elenco, "Vai que Cola" nem seria criado na TV aberta. "Imagina estar na Globo com alguém que bota a mão no meu peito toda hora", brinca Catarina Abdala, que interpreta Dona Jô e "sofre" com as mãos bobas de Valdomiro, personagem de Paulo Gustavo.

Outra restrição da TV aberta obrigaria o humorístico a mudar Jéssica, personagem de Samantha Schmütz que se exibe constantemente nas redes sociais. "Há essas limitações de marcas. Não pode falar Instagram, Facebook, WhatsApp. Não daria para fazer algo real e as pessoas não se identificariam. A TV aberta talvez tirasse um pouco desse tempero", opina a atriz.

Embora tenha linguagem adulta e vá ao ar na TV paga à noite, "Vai que Cola" tem um grande público infantil, o que espanta o elenco. "É loucura a gente falar de possíveis censuras em um programa que tem um apelo infantil tão grande. Até perguntamos: 'E as situações, os palavrões?' E elas: 'Nada do que a gente não fale em casa'", afirma Emiliano D'Avila.

Ex-"Zorra Total", Fernando Caruso se impressiona com o assédio do público por uma série de um canal pago e acredita que na TV aberta o programa faria o mesmo sucesso: "A abordagem das pessoas na rua é muito parecida [em relação à TV aberta], tanto em quantidade quanto na forma. É um programa que funcionaria muito bem na TV aberta".

A terceira temporada de "Vai que Cola" estreia em 19 de outubro, no Multishow.