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Repórter do SBT se emociona ao relatar AVC e perda de parte dos movimentos

Do UOL, em São Paulo

24/10/2015 21h32

A repórter do SBT Flávia Travassos se emocionou ao relatar o AVC (acidente vascular cerebral) hemorrágico que sofreu, e que resultou na perda de parte dos movimentos do quadril até o pé, no lado esquerdo. O AVC ocorreu em dezembro do ano passado, num dia de folga, enquanto a jornalista jantava ao lado de amigos no Rio.

"Demoraram para descobrir [o motivo do AVC], mas eu nasci com uma pequena má formação, um defeitinho na veia, e por isso aconteceu o sangramento [no cérebro]. Eu não imaginava que isso poderia acontecer comigo, aos 36 anos, uma pessoa com uma vida super ativa, com saúde perfeita, que nunca fumou. Mas aconteceu. Quer dizer, pode acontecer com qualquer pessoa, independentemente de sexo, idade ou classe social", alertou a repórter, durante participação no Teleton, neste sábado (24).

A jornalista explicou que tentava não demonstrar nervosismo à família sobre as dúvidas que ficavam em relação ao futuro. "Será que vou voltar a correr? Será que vou voltar a nadar? E principalmente com o meu trabalho", disse.  "Não foi fácil depender da minha mãe, de me levar para tomar banho, de me levar até o banheiro. Aquilo, eu estava achando muito difícil, da dependência", completou.

Em seu depoimento, Flávia disse que um momento especial durante o período de recuperação foi o primeiro banho de mar. "Para mim, o ano só iria começar depois daquele mergulho."

Atualmente, Travassos continua com o tratamento, mas voltou a dar expedientes na Redação da emissora. "Eu estou muito feliz porque voltei a fazer o que eu mais gosto, que é trabalhar. Mas o que acho mais importante é que eu estou viva, então, eu eu agradeço todos os dias por estar viva, porque estou fazendo o que eu gosto, e estou aqui hoje, no Teleton", contou.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de cinco milhões de pessoas morrem, anualmente, em decorrência do AVC (acidente vascular cerebral). No Brasil, este índice é de aproximadamente 100 mil casos, de acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2013.

Quando não  mata, o mal leva a sequelas graves (como a perda de movimentos) que atingem em torno de 50% dos sobreviventes. Por fim, sabe-se que a doença é mais comum após os 40 anos, embora possa surgir em qualquer idade.

Teleton no Brasil

Criado nos Estados Unidos na década de 60, o Teleton foi exibido pela primeira vez no Brasil em 1998 graças à iniciativa do apresentador, empresário e dono do SBT Silvio Santos.

Ele teve a ideia de "importar" o projeto beneficente depois que uma de suas netas, Luana, filha de Silvia Abravanel, nasceu com síndrome de galoctsemia, doença genética marcada pela incapacidade de metabolizar a galactose, o açúcar típico do leite, e de um deficit neurológico causado pelo atraso no parto.

O objetivo do Teleton, no Brasil, é arrecadar fundos para  Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), uma entidade privada, sem fins lucrativos, e que trabalha em benefício de pessoas com deficiência física.

Em 17 anos, o volume arrecadado é de cerca de R$ 282 milhões, investidos no lançamento de novas unidades e na manutenção das já existentes. Atualmente, a AACD possui 12 unidades em sete Estados.

Em 2015, o evento conta com a transmissão simultânea do SBT, da TV Cultura e do portal UOL. As TVs Globo, Record, Band, Rede TV, Gazeta (de São Paulo), Discovery Home & Health, FOX, e emissoras de rádio, como Nativa e Band FM, cederam artistas e jornalistas para participarem do evento.

Além de Silvio Santos, personalidades importantes como Hebe Camargo (1929 - 2012) Eliana, Gugu Liberato, Ratinho, Adriane Galisteu e Xuxa também abraçaram a causa, ao longo desses anos.

Duas unidades fechadas

Em setembro de 2015, a AACD fechou duas das cinco unidades na cidade de São Paulo sob a justificativa de "racionalização de custos e manutenção do tratamento com excelência". Segundo a entidade, 90% dos pacientes são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o repasse do Ministério da Saúde se mantém igual desde 2008. Segundo o jornal "Folha de S. Paulo", a crise econômica no Brasil também motivou a queda de 30% em uma outra fonte de renda, que são as doações.

As unidades fechadas são a Campo Grande, na zona sul da capital, e Santana, na zona norte. As duas haviam sido abertas há quatro anos. Os 290 pacientes que os dois locais juntos atendiam foram transferidos para as unidades Ibirapuera e Mooca.

Meta

A meta deste ano é arrecadar R$ 26 milhões --no ano passado foi de R$ 30 mi e, em 1998, de R$ 9 mi-- destinados para a manutenção e sustentabilidade das sedes da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), presentes em sete Estados brasileiros, e para investimentos em pesquisas de reabilitação que agreguem tecnologia e conhecimento, permitindo a capacitação de profissionais. 

Como ajudar?

Os telefones para as doações do Teleton são:

0500 12345 05 para doar R$ 5,00
0500 12345 15 para doar R$ 15,00
0500 12345 30 para doar R$ 30,00
0800 775 2015 ou acesse www.teleton.org.br para doar outros valores
0800 818 1000 para doar mais de R$ 1.000,00