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Leve, "Supergirl" mistura ação e humor para contar jornada de heroína

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

04/11/2015 06h30

A TV já se acostumou a trazer os heróis dos quadrinhos para as telas – que o digam produções como “Demolidor”, “Gotham” e “Agents of S.H.I.E.L.D.”. Mas finalmente chegou a hora de uma super-heroína ganhar destaque: estreia nesta quarta-feira (4) “Supergirl”, série protagonizada por Kara Jor-El (Melissa Benoist), a prima do Superman.

Enviada à Terra aos 13 anos para proteger seu primo, um pouco antes da destruição de Krypton, Kara passou 24 anos perdida no espaço, sem envelhecer. Quando chegou, Clark Kent já era o herói de Metrópolis e não precisava mais de sua proteção. Kara então passou a vida escondendo seus poderes e tentando levar uma vida “normal”, mas finalmente resolve assumir quem é quando sua irmã de criação, Alex (Chyler Leigh), corre risco de vida.

Na época do lançamento de seu trailer, “Supergirl” foi criticada pelo tratamento “água com açúcar” dado à personagem. O UOL assistiu ao primeiro episódio durante a Comic-Con de San Diego e, diferentemente do que muitos temiam, a produção não é uma comédia romântica. Voltada a um público adolescente, ela realmente evoca “O Diabo Veste Prada” na relação de Kara com a chefe Cat (Calista Flockhart), dona de um poderoso conglomerado de mídia no qual se inclui o jornal “Tribune” – no entanto, o foco principal está no processo de autoconhecimento da protagonista, que têm de lidar não só com os problemas de uma garota em seus vinte e poucos anos, como também com a redescoberta de seus poderes.

Trailer de "Supergirl"

Cenapop

Nessa jornada, a figura do Superman é uma presença constante, ainda que ele nunca apareça (diferentemente da Marvel, a DC tem mantido separados seus universos da TV e do cinema). Fonte ao mesmo tempo de inspiração e insegurança para Kara, ele também se manifesta indiretamente por meio do amigo e fotógrafo Jimmy Olsen (Mehcad Brooks), que se muda para National City e consegue um emprego justamente no “Tribune”, onde se aproxima da heroína.

Leve como um de seus “primos” da DC, “Flash”, a série é divertida e bem ágil. Em cerca de 45 minutos, Kara resgata um avião, aparece com seu uniforme, assume sua identidade para o amigo Winn (Jeremy Jordan), faz uma descoberta sobre o trabalho da irmã e passa por mais duas grandes sequências (bem produzidas) de ação. Por fim, o episódio traz ainda a revelação de quem é a grande vilã da temporada: Astra, a tia de Kara.

Em meio a tantos acontecimentos, “Supergirl” encontra tempo para uma breve homenagem ao passado, que quase passa despercebida. Os pais adotivos da protagonista são interpretados por Dean Cain, o Superman da série “Lois & Clark”, e Helen Slater, que fez a Supergirl no filme homônimo de 1984.

A fórmula da série parece ter dado resultados nos Estados Unidos. Lá, a estreia foi vista por quase 13 milhões de espectadores, e o segundo episódio, por 9 milhões – queda explicada em parte pela ausência da sitcom de sucesso “Big Bang Theory”, que entregava para “Supergirl”. E se as outras séries recentes da DC servirem como exemplo, há grandes chances de a produção ser renovada para uma segunda temporada.

"Supergirl" vai ao ar às quartas-feiras, às 22h30, no Warner Channel.