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Aos 51, Monica Belucci se orgulha de bond girl madura e lembra do Brasil

Monica Bellucci no lançamento de "Spectre" na Cidade do México - Rebecca Blackwell/AP
Monica Bellucci no lançamento de "Spectre" na Cidade do México Imagem: Rebecca Blackwell/AP

James Cimino

Colaboração para o UOL, na Cidade do México

07/11/2015 07h30

Uma das mulheres mais lindas do mundo, Monica Belucci é um diva discreta. No lançamento de “Spectre”, o 24º filme da saga de James Bond, na Cidade do México, chamava atenção que a atriz italiana não faz questão alguma de chamar atenção, dando entrevistas ao lado de sua companheira elenco Léa Seydoux, de “O Azul É a Cor Mais Quente”.

“She is always flying under the radar” [algo como "Ela nunca é pega pelo radar"], disse um jornalista americano, querendo dizer que Monica era, a despeito de todo seu brilho e exuberância, muito comedida. Ela, que no filme interpreta Lucia Sciarra, a mais madura de todas as bond girls na história da série, evita polêmicas e dá respostas muito parecidas sempre. “Ela só responde o que ela quer, não importa a pergunta que se faça.”

Em uma busca na internet, em quase todas as suas entrevistas o teor das respostas é o mesmo. Chama-se modestamente de "bond woman", "porque sou uma mulher madura" e fala da honra de participar da "tradição Bond".

E, para falar bem a verdade, ela não apenas só responde o que quer, mas para quem quer e na hora quer. No tapete vermelho, pouco antes da première do filme no Auditorio Nacional, em uma área nobre da capital mexicana, não obedecia ao protocolo de falar com todos os jornalistas que ali se amontoavam em busca de uma declaração ou de saber “o que ela estava vestindo”.

Para chamar sua atenção, a reportagem do UOL aproveitou-se do fato de que Belucci já tinha morado no Rio de Janeiro com seu ex-marido Vincent Cassel, de quem se separou em 2013 — segundo rumores, após uma traição.

O fato é que, além da traição, dizia-se que ela e o marido não suportavam o assédio dos paparazzi cariocas. Um deles, uma vez, chegou ao ponto de fotografar a tela do celular de Cassel, no aeroporto Santos Dumont, que mostrava uma discussão entre o casal.

Ao ser questionada por que se mudou do Brasil, respondeu: “Eu continuo indo muito ao Brasil. Gosto muito da atmosfera, do clima e da língua portuguesa. Não aprendi a falar quase nada, mas minhas duas filhas falam muito bem.” E saiu, com um sorriso discreto, dizendo “grazie” ("obrigada"), sem esperar se havia algo mais a ser perguntado. Uma diva. Linda, elegante, mas que sabe manter a distância.

Mesmo assim, durante as entrevistas de divulgação de “Spectre”, foi questionada se, como muita gente, achava que o retrato da mulher exibido nos filmes de 007 era depreciativo. Avessa a controvérsias, resolveu passar a bola para a colega francesa. Depois, por insistência da reportagem, disse:

“O que eu acho é que é muito icônico fazer parte desta tradição de James Bond. Na verdade, eu aceitei o papel pela oportunidade de trabalhar com Sam Mendes, a quem respeito muito, e com Daniel Craig. Quando eu encontrei Sam Mendes, ele me disse que estava procurando uma mulher adulta, pela primeira vez na história de Bond. E essa mulher não tem mais a beleza de sua juventude, mas ela conserva sua feminilidade, que é o que vai salvá-la. Estou orgulhosa.”