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Fernanda Lima abre espaço para drags no "Amor & Sexo": "Cura gay é idiota"

Fernanda Lima (centro) posa com as drag queens Gloria Groove (de macacão colorido), Aretuza Lovi (com dreadlocks), Sarah Mitch (com colares prata) e Pablo Vittar (de rosa) - Reprodução/Instagram/gloriagroove
Fernanda Lima (centro) posa com as drag queens Gloria Groove (de macacão colorido), Aretuza Lovi (com dreadlocks), Sarah Mitch (com colares prata) e Pablo Vittar (de rosa) Imagem: Reprodução/Instagram/gloriagroove

Felipe Abílio

Do UOL, em São Paulo

17/02/2016 21h41

O Brasil pode ainda não ter uma versão televisiva do reality show "Ru Pau'ls Drag Race", atração norte-americana em que drag queens competem em quesitos como moda, maquiagem, dança, atuação e dublagem, mas a presença das "queens" está cada vez mais forte nas telas

A temporada de 2016 do "Amor & Sexo", por exemplo, não só colocou a drag queen Pablo Vittar sob os holofotes - ela divide o microfone da banda da atração com Régis Paulino - como também inaugurou um quadro dedicado às artistas: o Bishow.

"Estamos nos aprofundando mais em temas que a gente passeava, apresentando de uma maneira bonita, lúdica, e as pessoas têm entendido nosso recado e recebido muito bem", comemora a apresentadora Fernanda Lima em entrevista ao UOL.  

No Bishow, as drag queens Glória Groove, Sarah Mitch e Aretuza Lovi ensinam três "bofes", como são chamados os rapazes heterossexuais na gíria gay, a se montarem. A cada programa, eles passam por novas provas e aprendem uma etapa diferente da arte de se transformar em uma "queen". No programa do último sábado, o humorista Marcelo Adnet ensinou os concorrentes a falarem Pajubá, dialeto popular que insere palavras de línguas africanas e que foi adotado pela comunidade LGBT, popularizando expressões como amapô (mulher), picumã (cabelo) e aquenda (presta atenção).

"Se tem pessoas achando excessivo e não gostando, elas não estão falando. Até porque não podem falar mal de um assunto que a gente tem que debater, tratar com humor e carinho. Não tem mais cabimento a violência, a homofobia, a transfobia. Falar que tem cura gay é idiota ", defende Fernanda.

Apesar de pregar a diversidade no "Amor & Sexo", Fernanda diz não se ver como porta-voz do tema. "A minha ideia [ser porta-voz] nem é essa. É aprender e receber todas essas novidades porque estamos falando de mudança de paradigmas. Estamos vivendo um tempo novo e é importante que as pessoas falem disso de uma maneira natural", afirma.

Fernanda Lima  - Divulgação - Divulgação
Fernanda Lima posa para a revista "Trip" em ensaio feito em 2000. Aos 40 anos, a apresentadora descarta um ensaio nu
Imagem: Divulgação

Além do Bishow, outro momento já marcante da atual temporada do "Amor & Sexo" foi a presença de um grupo de surfistas nus da Paraíba. Com pranchas cobrindo suas partes íntimas, eles fizeram nu frontal no palco do programa. "Era o programa de verão e tivemos essa ideia para surpreender", diverte-se Fernanda, que ainda está se acostumando com a mudança da atração para os sábados [as outras temporadas eram exibidas às quintas]. "Agora o público é mais genérico, mais família, mas não houve rejeição. A audiências está subindo a cada programa", afirma.

"Já posei pelada um monte de vezes por aí"

Um dos nomes mais cotados para estrelar a capa da nova "Playboy" antes de a publicação anunciar Luana Piovani, Fernanda diz que não toparia fazer um ensaio nu novamente. "Já tem 20 anos que estou na televisão, já fiz tudo o que tinha para fazer, não me vejo voltando para a 'Playboy'. Estou numa nova etapa, já sou mãe de dois filhos, vou fazer 40 anos, não que uma mulher de 40 não possa posar, não tenho moralismo nisso, mas tenho novos horizontes e já posei pelada um monte de vezes por aí", conclui.

Ainda com oito episódios do "Amor & Sexo" para ir ao ar, Fernanda admite que está na hora de "encerrar o ciclo" do programa. "Acho que este ano é de verdade [o fim da atração]. Tenho que saber me reinventar", diz ela que em abril volta a comandar uma nova temporada do "SuperStar".