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Na TV, encontro de Supergirl e Flash é mais divertido que Batman e Superman

Supergirl e Flash se encontram em episódio de "Supergirl" - Divulgação
Supergirl e Flash se encontram em episódio de "Supergirl" Imagem: Divulgação

James Cimino

Colaboração para o UOL, em Los Angeles

29/03/2016 08h00

A onda de crossovers de super heróis dos quadrinhos na TV e no cinema ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira (28) quando, na série “Supergirl”, a personagem título recebeu a visita de ninguém menos que Flash, outro sucesso da DC na televisão americana.

Poucos dias depois da estreia de “Batman vs Superman” — longa que vem sendo esculachado pela crítica especializada por sua falta de consistência de roteiro — o encontro de Kara Zor-El (Melissa Benoist) e Barry Allen (Grant Gustin) é, se não uma grande adaptação dos quadrinhos, ao menos leve e engraçada. O UOL assistiu ao episódio na última quinta-feira (24) nos estúdios da CBS, em Los Angeles. A Warner exibe o episódio no dia 20.

E enquanto Batman e Superman passam o filme todo tentando acabar um com o outro, ignorando detalhes óbvios da trama de Lex Luthor para que ambos se destruam, Supergirl e Flash fazem tudo diferente: apostam corrida pra ver quem é mais rápido, meio que rola um crush entre os dois (o que deixa o amor de Kara, James Olsen, morto de ciúme), fazem muitas piadas com seus respectivos personagens e, claro, salvam o mundo de duas vilãs bem toscas.

Aliás, se a premissa de “Supergirl” não é das melhores (“fui mandada para proteger meu primo Kal-El, mas acabei indo para em outra dimensão e ele ficou mais velho e…), a série ganha no humor. Em especial a personagem de Calista Flockhart, que interpreta a chefe da Supergirl, Cat Grant.

O encontro de Kara Zor-El (Melissa Benoist) e Barry Allen (Grant Gustin) em "Supergirl" - Divulgação - Divulgação
O encontro de Kara Zor-El (Melissa Benoist) e Barry Allen (Grant Gustin)
Imagem: Divulgação

Dona de tiradas incríveis, neste episódio em específico ela abusa das ironias com os assuntos do momento. Recusa uma ligação do pré-candidato democrata Bernie Sanders e nem o canal que exibe “Flash” é poupado. Em uma cena, Cat olha para Kara, Barry, James e Winn e diz que eles parecem “um elenco cheio de diversidade da CWTV”.

“Quando a Calista entra em estúdio, ela já assume aquela postura de irmã mais velha, mas os absurdos que ela fala são mais para compor a personagem dentro da personagem, que é essa pessoa sarcástica, mas que serve mais para esconder seus verdadeiros sentimentos”, explicam os produtores, que afirmam que as falas da personagem são escritas por toda equipe.

Mais do que emprestar uma dinâmica muito comum das histórias em quadrinhos, esses encontros entre personagens de histórias e, neste caso específico, de universos diferentes, os crossovers também ajudam na migração de espectadores entre um programa e outro. Tanto que, em “Flash”, haverá uma referência a sua ida à série vizinha no episódio da terça-feira (29).

“O público de ‘Flash’ pode ver a ‘Supergirl’ na segunda que não vai atrapalhar em nada, embora fizesse mais sentido exibir ‘Flash’ primeiro, mas tudo sempre depende de coordenar a programação dos canais. Mas fiquem certos de que quando vocês assistirem a todos os episódios das duas séries em sequência vai fazer sentido”, explica o produtor executivo Andrew Kreisberg.

“Não sabemos qual a porcentagem de pessoas que irão passar a assistir ‘Supergirl’ depois da participação do ‘Flash’ e vice-versa, mas quando decidimos fazer algo assim pensamos no quanto isso irá gerar de comentários entre os fãs de ambos os programas. Mas posso dizer por mim que, o que eu mais gostava ao ler histórias em quadrinhos quando eu era criança, era a expectativa de quem iria aparecer na história de quem. Sempre tem aquele elemento de mistério sobre como vai ser essa participação, como os roteiristas irão encaixar as duas histórias. E sim, muitas vezes eu começava a ler uma história nova apenas por causa da participação de um personagem”, Greg Berlanti, produtor executivo. 

Outro motivo bastante lucrativo para os crossovers é a possibilidade que eles têm de originar novas histórias e franquias.

Por exemplo, no cinema, os filmes de “Thor”, “Homem de Ferro”, “Capitão América” e “Hulk” formaram a base para a criação da franquia “Vingadores”. E apesar das péssimas críticas, “Batman vs Superman” tem ido muito bem na bilheteria e a participação elogiadíssima de Gal Gadot como Mulher Maravilha no longa já aqueceu as expectativas para seu filme solo, além de outros da DC que estão prestes a sair como “Aquaman” (que também dá as caras no longa de Zack Snyder).

Também em “Capitão América: Guerra Civil”, haverá diversas participações especiais, como a do Homem Formiga, assim como o herói Colossus, da franquia “X-Men”, também aparece como personagem importante em “Deadpool”.

E falando em séries novas, foi de um encontro de “Flash” com “Arrow” que nasceu “Legends of Tomorrow”, com Brandon Routh. E também será do encontro de Jessica Jones, Luke Cage, Punho de Ferro e Demolidor que nascerá em breve “Defensores”.

Andrew Kreisberg  chegou a dizer em entrevista à revista “The Hollywood Reporter” que o cruzamento das duas séries ia servir como base para o piloto de “Legends of Tomorrow”.

“Tanto ‘Arrow’ quanto ‘Flash’ estão ajudando a por as ideias no lugar (…). E tem muita coisa rolando nesses crossovers que vão servir para o piloto de ‘Legends of Tomorrow’.”

No entanto, os produtores disseram que, pelo menos nesta temporada de “Supergirl” essa será a única participação especial. E não descartaram mais algumas “brincadeiras” utilizando o elenco das séries.

Em “Supergirl”, Dean Cain, que interpretava Superman na série “Lois & Clark”, faz o pai de Kara. E Brandon Routh também interpretou o Homem de Aço no filme “O Retorno de Superman”. “Os dois amam ‘Supergirl’ e, de repente, quem sabe a gente não faz uma participação do próprio Superman na série?”