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"É tudo que eu queria", diz Bruno Ferrari sobre paternidade e sucesso na TV

Bruno Ferrari e o filho, Antônio - Reprodução/Instagram/palomaduarteoficial
Bruno Ferrari e o filho, Antônio Imagem: Reprodução/Instagram/palomaduarteoficial

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

06/06/2016 07h00

Há pouco mais de um mês, Bruno Ferrari tem se revezado em dois papéis importantes, sem direito a dublê: quando não está gravando como o revolucionário Xavier em "Liberdade, Liberdade", entra em cena como o pai do pequeno Antônio. Nem as noites mal dormidas por conta do volume de trabalho de um protagonista em sua volta à Globo e das exigências de um recém-nascido tiram o sorriso do rosto do ator ao falar do momento feliz que vive na profissão e na vida pessoal.

"É muita coisa. Mas são coisas que eu quis, busquei, plantei e estou colhendo agora", conta Bruno, 34, casado com a atriz Paloma Duarte.

Segundo ele, o primeiro filho do casal, que nasceu no dia 22 de abril, já estava nos planos há algum tempo. E chegou numa boa hora. "Ele veio muito querido. Calhou de a novela vir junto. É muito trabalho, acordo à noite para trocar fralda, mas é tudo muito bom. Estou fazendo tudo com muito prazer. É tudo que eu queria, então não vejo sacrifício. Claro que às vezes eu chego assim [finge cair de sono na cadeira], mas minha mulher tem toda a paciência do mundo. Está sendo tranquilo", garante.

Mesmo com pouco tempo, a experiência da paternidade já começa a dar sinais de que o Bruno de agora não é exatamente o de antes. "Acho que muda seu olhar para a vida, você já dirige mais devagar, começa a pensar que tem outra pessoa que depende de você. E te deixa um pouco mais calmo também, mais corajoso. Tira algumas vaidades", afirma.

Discreto em relação à vida pessoal, o casal decidiu publicar alguns dias depois do nascimento o primeiro registro do bebê. "Estava todo mundo ligando, a gente conversou e decidimos postar. As irmãs [Ana Clara e Maria Luiza, filhas de Paloma e Marcos Winter] adoram. Mas a gente precisa preservar, até porque não sei se com 20 anos ele vai gostar de ver essas fotos. Vejo fotos minhas de criança e digo: 'Poxa, mãe, por que você fez isso comigo?' (risos). Sou ator, escolhi me expor, ele não", diz.

Após dez anos na Record, onde fez seis novelas e uma minissérie, Bruno decidiu fechar um ciclo e "pediu emprego" na emissora que o lançou na TV em 2002. Sentia que era a hora de se desafiar um pouco mais e de formar novas parcerias. Acabou reencontrando o diretor Vinícius Coimbra, que o dirigiu em trabalhos como "Sabor da Paixão".

Bruno Ferrari é o revolucionário Xavier em "Liberdade, Liberdade" - Caiuá Franco/TV Globo - Caiuá Franco/TV Globo
Bruno Ferrari é o revolucionário Xavier em "Liberdade, Liberdade"
Imagem: Caiuá Franco/TV Globo

E o retorno como um Don Juan do início do século 19, inspirado no Jack Sparrow de "Piratas do Caribe" e com lutas de espada de dar inveja a Zorro, já deixa sua marca. "Outro dia eu estava na farmácia e uma menina olhou para mim e falou: 'Menino, estava vendo a novela ontem e você me deixou de um jeito...' Fiquei completamente sem graça!", diz ele, contando que o assédio é sempre de forma respeitosa.

A torcida do público - e de Bruno - é que Xavier tenha seu final feliz com Joaquina (Andreia Horta), mas esse desfecho se torna ainda mais distante nos próximos capítulos por conta da gravidez inesperada de Branca (Nathalia Dill). E a paternidade, na ficção, também provoca uma grande mudança na vida do rebelde, que decide abrir mão da amada para assumir a responsabilidade.

Além do conflito com o filho que está por vir, o personagem se vê diante de um dilema com o pai, Matias (Mario Borges), que passa mal ao descobrir que o herdeiro gastou todo o dinheiro destinado à faculdade de Medicina na luta pela independência do Brasil.

"Não tiro a honra dele por causa disso. A verdade ia destruir o pai. E Xavier já se sente culpado. Fiz uma cena no começo da novela em que o pai menciona o sacrifício pelo sustento do filho. Ali, ele já fica destruído. Ele gosta muito dos dois, mas esse ímpeto é mais forte do que ele", afirma.