"Está difícil viver sem ele", diz Leila Cordeiro sobre Eliakim Araújo
Leila Cordeiro narrou os últimos dias ao lado de Eliakim Araújo após a descoberta de um câncer no pâncreas. A jornalista escreveu em seu Facebook, nesta segunda-feira (18), que há 45 dias abandonou minhas postagens na rede social "para lutar na pior batalha de nossas vidas" e narrou a dor e sofrimento da família em seus últimos momentos de vida.
"Está difícil viver sem ele, muito difícil. É como se eu tivesse perdido a metade do meu corpo. Mas vou recuperá-lo em homenagem ao meu amor. Fiquei muito feliz e tenho certeza de que ele também ao ver aqui e em outras redes sociais tantas homenagens, tantas palavras de amor, respeito e amizade por ele", agradeceu.
Eliakim Araújo morreu na madrugada de domingo (17), aos 75 anos, nos Estados Unidos, e segundo Leila, ele não quis divulgar a doença e acreditava que iria se recuperar e voltar a aparecer saudável como antes.
"Foram muitos exames, resultados desesperadores e altos e baixos na saúde dele. Ao começar a quimioterapia também vieram os efeitos colaterais, mas o importante é que ele sempre acreditou, até o último instante, que ficaria curado. Jamais deixei que ele perdesse a esperança, mesmo quando ele parecia perdê-la. Jamais deixei de estar ao lado dele um segundo sequer. Abandonei a minha vida para salvar a dele, ou pelo menos , tentar prolongá-la", escreveu.
Casados há mais de 30 anos, Eliakim e Leila Cordeiro formaram o primeiro casal de apresentadores na TV brasileira, comandando o "Jornal da Globo", em 1983. Em seu texto, Leila conta ainda que o amor dos dois foi ainda mais consolidado nesse período de aflição.
"Todos os dias trocávamos palavras de carinho e fazíamos planos para o futuro. Eu sabia que eles não iriam acontecer, mas jamais deixei que ele descobrisse isso. Foi tudo muito rápido. Entre idas e vindas ao hospital, onde foi transferido três vezes para a UTI. Mas na última vez, ele não conseguiu voltar para casa".
No último sábado (16), Leila passou o dia inteiro com ele no hospital e diz que sentiu de alguma maneira que ele estava indo embora.
"Tirei a aliança da mão dele que começava a ficar inchada e disse que a penduraria no meu cordão, pois mais tarde quando ele voltasse pra casa eu o pediria em casamento de novo. Infelizmente, na madrugada de domingo aconteceu o que todos nós temíamos".
Leila descreveu os últimos momentos do marido, contou que ele passou mal no quarto do hospital e foi transferido para a UTI para respirar por aparelhos. Eliakim tentou arrancar o tubo duas vezes e Leila e a filha do casal, Ana, perguntaram a ele ainda nos seus últimos momentos de lucidez se ele queria continuar com o tubo.
"Ele respondeu com um tímido movimento afirmativo de cabeça. Perguntamos se ele queria lutar mais pra ficar mais tempo entre nós, e ele novamente afirmou com um balanço ainda mais devagar de cabeça dizendo que sim. Por isso, o mantivemos entubado até o seu último suspiro de luta pela vida. Ali pudemos nos despedir dele", contou.
Leila e os filhos Alexandre, Frederico, Ana e Lucas deram as mãos e se despediram de Eliakim.
"Ouvimos o silêncio do bip da máquina, o silêncio da vida de Eliakim Araujo, que terminou como começou, cercado de muito amor e carinho. Eis aqui a nossa história. Infelizmente bem diferente daquela que vivemos intensamente nesses 32 anos, mas assim mesmo, vitoriosa. Afinal, ele não chegou a sentir os efeitos totais e devastadores dessa terrível doença. Ele se foi tendo sofrido um pouco, mas não a ponto de perder a esperança de sobreviver", concluiu Leila, que ainda agradeceu o carinho de amigos.
A família optou por não fazer velório. O corpo será cremado e uma cerimônia em homenagem a ele será feita na beira da praia de Fort Lauderdale. "Vamos jogar suas cinzas no mar, vestidos de branco, cada um com a oração e a mensagem que queira enviar ao nosso Eliakim, com bolas brancas que levarão cada pedacinho do nosso grande amor até a eternidade... Sei que continuamos juntos e assim estaremos para sempre", escreveu Leila.
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