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"O mundo vive sem a Globo", diz Porchat sobre talk show na Record

Fábio Porchat conversa com jornalistas no estúdio de seu programa na Record - Rafael Cusato/Brazil News
Fábio Porchat conversa com jornalistas no estúdio de seu programa na Record Imagem: Rafael Cusato/Brazil News

Gisele Alquas

Do UOL, em São Paulo

22/08/2016 16h23

A dois dias de estrear seu próprio talk show na Record, o humorista e apresentador Fábio Porchat está otimista. “O que é raro porque sou muito pessimista na vida”, disse ele durante evento de apresentação do programa nesta segunda-feira (22).

Animado com o conceito "menos talk, mais show" do "Programa do Porchat", o humorista disse não temer a proibição de entrevistar contratados da Globo no programa.

"Isso não me dá tanto medo porque o Danilo [Gentili] está há cinco anos fazendo talk show sem nenhuma estrela global. E está aí, felizão, líder volta e meia. O Jô, quando estava no SBT, também sem nenhuma estrela global, também deu super certo. Acho que assusta mais na teoria do que na prática. 'Ih, não vai ter nenhum global', mas aí, quando você vê, o mundo vive sem a Globo. Tem um monte de gente, de cantor, de esportista, de gente que tá na Globo hoje, mas sai amanhã. Eu entrevistei o Pedro Cardoso que há um ano e meio era impossível de entrevistar. Isso não me assusta, não, e eu sigo o exemplo dos colegas, do Danilo e do Jô".

O diretor Diego Pignataro, o humorista Paulo Vieira e Fábio Porchat no estúdio do programa - Rafael Cusato/Brazil News - Rafael Cusato/Brazil News
O diretor Diego Pignataro, o humorista Paulo Vieira e Fábio Porchat no estúdio do programa
Imagem: Rafael Cusato/Brazil News

Apesar de já ter entrevistas gravadas com Sasha, Pedro Cardoso e Wesley Safadão, o convidado da estreia ainda é segredo. “Vamos gravar na própria quarta-feira antes de estrear”, avisa. “Nossa ideia é gravar todo o dia pouco antes de ir ao ar, não faz sentido ser antes, temos que ter a sensação de que está quente a notícia”, explica ele, que assinou o contrato com a Record no dia 27 de fevereiro.

Porchat diz ainda que quer entrevistar todo o elenco da Record. “Todos os apresentadores me receberam muito bem, todos se mostraram dispostos a participar. Eu vou usar todo mundo da Record, até o último figurante de ‘Os Dez Mandamentos’”, brinca.

"Quero que seja do meu jeito"

Segundo Porchat, a atração "vai ter de tudo": famosos, anônimos, stand-up e esquetes. “Foi uma parceria muito interessante com a Record e a Eyeworks. Quando eles me procuraram eu não queria de imediato. Estava envolvido com o Porta dos Fundos, filmes. Depois me apresentaram o projeto, gostaram do que eu queria, me deram toda liberdade e foi ótimo. A chamada do programa, eles aceitaram a ideia na hora, até assustei. Quando cheguei, eu disse: "Quero que seja do meu jeito", e eles toparam, entramos em acordo e foi legal que as ideias bateram muito”, conta Porchat.

Para colocar a atração no ar, Porchat conta com uma equipe de 25 pessoas, a banda Pedra Letícia e o humorista Paulo Vieira. Além disso, o processo de concepção do programa contou com visitas a gravações de talk shows norte-americanos. “Fiquei em Los Angeles, vi gravação do Connon O’Brien, Jimmy Kimmel. Fui para lá entender um pouco disso. Também tenho conversado bastante com apresentadores daqui, como Justus, Marília Gabriela, Luciana Gimenez e o Jô. Vou sempre ouvir os mais experientes. Falei com o Jô por telefone, ele me desejou sorte e disse que vai dar tudo certo”, conta Porchat.

Ele ainda conta que recebeu conselhos dos produtores dos programas que visitou nos Estados Unidos. “Lá fora os produtores me deram dicas: ‘Seja quem você é, tente ser o mais honesto possível com você mesmo’. Faça o que você tem que fazer melhor. E o Jô ressaltou isso aqui para mim: 'Seja você’", conclui.

Antes de assinar com a Record, Porchat recebeu propostas da Globo e SBT, mas garantiu que a liberdade e o formato do programa que a Record ofereceu lhe interessou mais: "A Record fez a melhor proposta em todos os sentidos, tanto financeira como artística. Mas o projeto me interessou muito mais que dinheiro", afirma.