"Foi um choque de realidade", diz Leticia Spiller sobre época de paquita
Com mais de 15 novelas no currículo, Leticia Spiller estreou na TV no "Xou da Xuxa", em 1989, como a paquita Pituxa Pastel. Com apenas 16 anos, ela teve que aprender desde cedo a ter responsabilidade e lidar com a cobrança em ser uma das assistentes de palco da Rainha dos Baixinhos, que estava no auge do sucesso.
"Foi meu primeiro contato com o trabalho profissional. Tive que ter muita disciplina muito jovem. Foi um choque de realidade na época, mas foi muito bom, com certeza. Hoje em dia devo muito a esse trabalho, ao aprendizado que eu tive", contou a atriz durante as gravações de "Sol Nascente" na última sexta-feira (21) nos estúdios Globo, no Rio de Janeiro.
A estreia em novela aconteceu com uma participação especial em "Despedida de Solteiro" (1992), mas foi com a inesquecível manicure Babalu, de "Quatro por Quatro" (1994), que Spiller se destacou como atriz e conquistou o coração de Marcello Novaes, que fazia seu par Raí na novela. Os dois ficaram casados por cinco anos e tiveram um filho, Pedro, 20 anos.
Com a onda de remakes de novelas e programas de TV, Spiller diz que ficaria feliz se "Quatro por Quatro" voltasse ao ar e confessa que adoraria fazer parte do projeto: "Seria engraçado se tivesse um remake. Eu poderia ser a Abigail (Betty Lago) ou a Auxiliadora (Elizabeth Savalla). A Babalu mais velha, dona de salão com netos também seria legal", diz ela, que já pensa em um nome para interpretar o furacão Babalu.
"Acho que a Monique Alfradique porque a gente se parece ou a Isabella Santoni, mas acho que a Monique tem mais esse perfil. Parece mais fisicamente", completa.
Temporada fora do país
Spiller estava em cartaz com a peça "Dorotéia", clássico de Nelson Rodrigues, e revela o desejo de apresentar-se fora do Brasil e até passar uma temporada na Europa em breve.
"Tenho projetos em Portugal e adoraria ficar um tempo na Espanha para aprender flamenco, que é um desejo que eu já tinha há muito tempo e foi aflorado agora com 'Dorotéia'. Amo a dança. Nos meus 15 anos eu quase fui para o lado da dança, eu tinha muita paixão e aí o teatro me pegou. Aqui eu posso dançar, cantar, fazer tudo. Ele tem essa amplitude de poder circular em novas áreas diferentes. Estamos tentando levar 'Doroteia' para lá", explicou ela, que interpreta a prostituta na peça, que conta ainda com Rosamaria Murtinho vivendo a protagonista Dona Flávia.
"'Dorotéia' é uma obra de uma grandeza que eu não sabia, só fui saber quando me aprofundei neste universo. É uma peça atemporal, que tem uma mensagem universal. Fala da condição humana. É difícil. No início eu chorava toda hora. Aquele texto me provocava uma emoção muito forte", contou Spiller.
Além de estar no ar em "Sol Nascente", e com desejo de viajar com "Dorotéia", Leticia está com dois projetos no cinema: os filmes "Eu sou Brasileiro" e a comédia romântica "Clube da Saudade". Além disso, ela investe na carreira de cantora e está com uma agenda de shows em um novo projeto ao lado de uma amiga para cantar músicas sobre o amor incondicional.
"Nasci para lutar porque nunca escolho as coisas fáceis, sempre escolho as mais difíceis pela minha inquietude, pelo aprendizado", conclui.
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