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Elizabeth 2ª teve de aprender a ser rainha, diz atriz de "The Crown"

Série recria o casamento da rainha Elizabeth 2ª (Claire Foy) com o príncipe Philip (Matt Smith) - Divulgação - Divulgação
Série recria o casamento da rainha Elizabeth 2ª (Claire Foy) com o príncipe Philip (Matt Smith)
Imagem: Divulgação

Eduardo Graça

Colaboração para o UOL, de Nova York

05/11/2016 07h00

A Netflix acaba de disponibilizar a primeira temporada de uma de suas mais ambiciosas produções. “The Crown” gira em torno da vida, desde a juventude, de Elizabeth 2ª, a rainha britânica há mais tempo no cargo, desde 1952. Situada em 1947, a atração começa com o casamento de Elizabeth, antes de a princesa herdar a coroa aos 25 anos de idade.

No papel da protagonista, a atriz britânica Claire Foy, que estrelou o drama "Wolf Hall" no ano passado, diz que a temporada inicial consiste em “basicamente dez filmes transformados em episódios individuais, algo que mais parece cinema do que TV”. Foy e seu colega Matt Smith conversaram com o UOL durante evento de divulgação da série para a imprensa, em um hotel em frente ao Central Park, em Nova York.

Para a atriz, o fascínio do público do mundo inteiro, não apenas os britânicos, pela família real, é compreensível. "Esta é a família mais famosa do planeta", diz Foy, elogiada como a jovem rainha que, depois da morte súbita do pai, o rei George 6º (1895-1952) – vivido pelo ótimo Jared Harris (o Lane Pryce da série “Mad Men”) – precisa “aprender a ser rainha” de um dia para outro. Para tanto, ela contará com a ajuda do veterano primeiro-ministro Winston Churchill, papel de John Lithgow, e o apoio amoroso, mas nem sempre estratégico, do marido, o príncipe Philip, encarnado por Matt Smith.

"Eu me surpreendi porque achei que ela havia sido devidamente preparada para reinar. Mas o câncer de pulmão que vitimou o rei George 6º foi escondido da família e, durante um bom tempo, do próprio monarca. A primeira temporada mostra como a jovem Elizabeth se torna uma rainha de fato, em meio a uma grande e difícil história de amor que ela vive com Philip", conta a atriz.

Com produção executiva de Stephen Daldry, indicado ao Oscar por “Billy Elliot” (2000), “As Horas” (2002) e “O Leitor” (2008), “The Crown” foi criada e escrita por Peter Morgan, um especialista no tema, responsável pelo roteiro do premiado “A Rainha”, longa dirigido em 2006 por Stephen Frears e que garantiu a estatueta de melhor atriz para Helen Mirren no papel-título. Os dez episódios da primeira temporada são recheados de fatos históricos, intrigas na corte e um desfile de figurinos para deliciar os fãs de “Downton Abbey”, ao qual vem sendo comparada. Entre as visões dignas de uma máquina do tempo, está a de um príncipe Charles ainda menino, jogando bola com o pai.

"Embora não tivéssemos acesso direto nem ao Palácio de Buckingham nem aos principais personagens da família real, contamos com uma equipe de pesquisa sensacional e conversamos com ex-funcionários reais, que nos deram vários detalhes de como é a vida intramuros. Lemos muito também, e o elenco todo fez uma imersão na cultura e no período histórico que, espero, se reflita no resultado final, o mais realista possível", diz Smith, o Duque de Edimburgo da ficção, que os fãs de ficção científica vão reconhecer da série "Dr Who". 

A ideia dos criadores é que o drama histórico, uma das mais caras produções da Netflix, com orçamento inicial estimado em mais de US$ 100 milhões, siga por mais seis temporadas, retratando, de forma ambiciosa, todo o reinado de Elizabeth 2ª. Por enquanto, o Netflix investiu em duas temporadas de "The Crown". Longe dos escândalos recentes envolvendo a família real, a primeira temporada traz pelo menos um deles: o romance da irmã de Elizabeth, princesa Margaret, com o camareiro de seu pai, Peter Townsend.