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"Silvio é espontâneo", diz grupo após comentário racista do apresentador

Silvio Santos faz comentário racista no Teleton 2016; grupo sai em defesa do apresentador - Reprodução/SBT.com.br - Reprodução/SBT.com.br
Silvio Santos faz comentário racista no Teleton 2016; grupo sai em defesa do apresentador
Imagem: Reprodução/SBT.com.br

Do UOL, em São Paulo

07/11/2016 14h25

O grupo de dançarinas que interagiu com Silvio Santos no palco do Teleton 2016, no sábado (5), negou que o apresentador tenha sido racista. Elas participaram da maratona beneficente ao lado da cantora Anitta.

"Nós entendemos o comentário dele como se tivesse faltando ali outra negra, que tinha branca demais pra pouca negra. E que sim, somos todas lindas", afirmou o grupo por meio de comunicado publicado no Facebook nesta segunda.

O apresentador disse a polêmica declaração, segundo observou o crítico Maurício Stycer, do UOL, durante bate-papo com a dançarina Daiane: "Você é muito graciosa. Embora sendo a única negra entre as brancas, é bonita. É bonita de verdade". O dono do SBT ainda fez piada sobre o peso da dançarina. Após perguntar o peso dela (120 quilos), disse: "Quem casar contigo vai ter dois prazeres. Um na hora do bem bom e outro na hora em que você sai de cima”. Sem constrangimento, o apresentador ainda "apalpou" o bumbum da dançarina.  "Isso é enchimento, é silicone", disse ele, dando um "tapinha" no bumbum da moça.

No comunicado, o grupo saiu em defesa de Sivio -- tanto pelo comentário racista quanto pela piada com o peso da dançarina --, alegando que ele é espontâneo.  "Gente, sejamos francos, essa é a curiosidade de todas as pessoas, todo mundo quer saber quanto a pessoa pesa. O Silvio é superespontâneo, é tanto que o programa dele praticamente não tem roteiro, ele faz o programa", diz o texto oficial. 

O grupo defendeu que Silvio não poderia ser preconceituoso, lembrando que ele é o principal incentivador das doações em prol das crianças assistidas pela Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Mas reconheceu que o apresentador cometeu excessos:
 
"Se ele realmente fosse preconceituoso não teria cedido 48 horas da emissora dele pra arrecadar fundos a uma instituição de pessoas com deficiência, e não teria nem nos convidado pro programa e nem pro Teleton. Tudo bem que algumas coisas foram desnecessárias politicamente falando, mas não seria o Silvio Santos!".
 
E terminou a comunicado com uma mensagem de incentivo: "Estamos curtindo cada momento, aproveitando coisa que essa semana nos proporcionou. Levar nossa imagem em mais uma grande rede nacional, e dizer que nós podemos sim, nós somos lindas, gostosas, e podemos ir além. Podemos ir pro programa do Silvio Santos, podemos dançar com a Anitta, podemos ir pro Criança Esperança, podemos vestir um maiô em rede nacional. Nós podemos tudo!. Inclusive ouvir as brincadeiras do Silvio Santos e não nos sentir ofendidas".
 
Veja o comunicado oficial na íntegra:

Meta do Teleton 2016 é alcançada
Após 26 horas de maratona televisiva, o Teleton 2016 conseguiu atingir a meta de R$ 27 milhões estipulada para a edição deste ano. O valor alcançado já na madrugada de domingo, porém, corresponde a cerca de R$ 4 milhões menos do que o registrado no ano passado.
 
Inicialmente, Silvio culpou a crise econômica no Brasil pelo baixo número de doações, mas comemorou o fato de ter atingido a meta. "Vocês estão emprestando a Deus, e Deus vai abençoá-los em recompensa pelo bom coração que vocês têm", discursou o dono do SBT.
 
Criado nos Estados Unidos na década de 60, o Teleton foi exibido pela primeira vez no Brasil em 1998 graças à iniciativa do apresentador e empresário Silvio Santos.
 
Ele teve a ideia de "importar" o projeto beneficente depois que uma de suas netas, Luana, filha de Silvia Abravanel, nasceu com síndrome de galoctsemia, doença genética marcada pela incapacidade de metabolizar a galactose, o açúcar típico do leite, e de um deficit neurológico causado pelo atraso no parto.
 
O objetivo do Teleton, no Brasil, é arrecadar fundos para a AACD, uma entidade privada, sem fins lucrativos, e que trabalha em benefício de pessoas com deficiência física.
 
Em 18 anos, o volume arrecadado é de cerca de R$ 300 milhões, investidos no lançamento de novas unidades e na manutenção das já existentes. Até 2015, a AACD tinha 12 unidades em sete Estados, mas precisou fechar duas delas.