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Remake de "Carinha de Anjo" adaptou trama para "paladar" de atriz mirim

Felipe Pinheiro

Do UOL, em São Paulo

09/11/2016 12h50

A novela “Carinha de Anjo” vai ganhar um rosto brasileiro em breve. O SBT estreia dia 21 de novembro uma versão nacional da trama mexicana ("Carita de Ángel"), exibida no Brasil entre 2001 e 2002. A atriz mirim Lorena Queiroz, 5, foi a escolhida para ser a nova Dulce Maria  -- e apesar de ela já estar se acostumando ao dia a dia de gravações, a equipe teve que fazer algumas adaptações na personagem.

Segundo o diretor geral Ricardo Mantoanelli, Lorena não come muitos alimentos, o que leva a equipe a procurar alternativas para algumas cenas. “Fico com dó da Gabi, a mãe dela. Tivemos que adaptar a Dulce Maria ao paladar da Lorena. Tem muitas cenas que ela está comendo, então temos que achar o que a Lorena gosta”, contou ele durante a apresentação da trama, nesta quarta-feira (9).

A atriz foi definida como o diretor geral Ricardo Mantoanelli como “uma menina que tem atitude”. “Às vezes ela chega emburradinha pra gravar, mas começamos a brincar e ela já muda. Agora ela está ficando esperta e já sabe o que é o ensaio e o gravando, que é quando ela brilha”.

E ela está aprovando a experiência de trabalhar em uma novela. “Eu tô gostando muito. Tem cenas que eu tenho dificuldade de algumas falas. Eu passo texto com a minha mãe e no SBT tenho uma coach, que é a Gisele”, disse Lorena.  

Sertanejo e racismo

A adaptação é de Leonor Corrêa, que faz sua estreia como autora de novelas. Ela adiantou que a trama, apesar de fiel, contará com novos núcleos – um deles terá como pano de fundo o ambiente da música sertaneja e trará o ator mirim Jean Paulo Campos, o Cirilo de “Carrossel”, como um cantor do gênero.                     

"A gente respeita a história original, como o romance e o convívio no colégio das crianças. Ao mesmo tempo, temos muita liberdade para fazer a adaptação. Criamos o núcleo sertanejo, o núcleo da Juju (Maisa), que são novos e não existem na história original, além de outros personagens que fomos criando na montagem da novela."                       

Temas atuais também foram incluídos na história: "Temos uma preocupação educacional também, vamos tratar sobre racismo, essa neura do celular na mão o tempo todo que não só as crianças têm, mas todos nós".

A autora Íris Abravanel, que assinou as últimas novelas do SBT, incluindo “Cúmplices de um Resgate” e “Chiquititas”, dessa vez apenas supervisiona o texto. Paralelamente, porém, ela também tem acompanhado de perto o trabalho das crianças que atuam no folhetim.

“Temos feito reuniões com os pais”, contou. “Como será depois fora da televisão? Será que eles têm vocação? Será que não é uma vocação do pai? Tenho me preocupado mais com a psicóloga, a fono, a diretora do elenco, e em cuidar das crianças e das famílias. Se elas forem bem preparadas, podem enxergar um futuro profissional. Aqui é como uma escola”.