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"Seis anos esperando a morte", diz Gil Gomes sobre período longe da TV

Gil Gomes também lembrou prisões e ameaças em entrevista à RedeTV! - Folhapress
Gil Gomes também lembrou prisões e ameaças em entrevista à RedeTV! Imagem: Folhapress

Do UOL, em São Paulo

22/12/2016 14h54

Aos 76 anos e com mal de Parkinson, Gil Gomes voltou à TV após anos afastado. E em entrevista à Daniela Albuquerque  no “Sensacional”, da RedeTV, ele disse que está se sentindo melhor agora que está trabalhando novamente, na TV Ultrafarma.

“Tanta coisa que vivi, senti, chorei. Sou chorão e quando choro eu me revolto. Passei os últimos seis anos sentado em uma poltrona, esperando a morte, mas agora voltei e estou feliz”, contou o jornalista na entrevista, que vai ao ar neste domingo (25).

Gomes ainda se emocionou ao falar da morte do filho, vítima de hepatite C. “Lembro de quando estava me despedindo dele no cemitério, eu disse 'tchau Gui, até outro dia'. Foi a maior tristeza da minha vida”, contou

Prisões e ameaças

Muito antes de comandar o “Aqui Agora”, Gil Gomes já fazia jornalismo policial no rádio. Mas sua cobertura não agradava o regime militar que comandava o país na época – e ele acabou preso mais de 30 vezes, conforme relembrou no programa.

“Terminava o programa e a viatura da Polícia Federal vinha me buscar. Só que eu era amigo do [político] Romeu Tuma e sempre saía”, contou o jornalista.

Ameaças também foram uma constante na carreira de Gomes – mas ele diz que só uma o deixou apavorado. “Trabalhava na rádio e recebi um telegrama dizendo que tinha apenas 30 dias de vida. No outro dia, recebi mais um, escrito '29 dias de vida', e começou uma contagem regressiva. Quando faltavam 12 dias, mataram meu gato, envenenado. Depois daí, a contagem acabou e não aconteceu nada, mas eu tenho uma mania de valente”.

O jornalista também relembrou como ajudou a solucionar um crime no “Aqui Agora”, que ia ao ar pelo SBT. “Mataram uma enfermeira no apartamento dela e o porteiro do prédio jurava que ninguém tinha entrado. A polícia estava investigando quem teria matado e deduzi o seguinte: se ele não tinha como entrar, ele não entrou. Só podia ser alguém do prédio. Apurei, levantei fichas e depois, conversando com um dos moradores, ele me confessou o crime”.