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"É uma honra ser deficiente", diz paratleta que dançou com Anitta em prêmio

A paratleta Camille Rodrigues dança "Paradinha" com Anitta no Prêmio Multishow 2017 - Reprodução/TV Globo
A paratleta Camille Rodrigues dança "Paradinha" com Anitta no Prêmio Multishow 2017 Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

25/10/2017 13h48

Grande vencedora do Prêmio Multishow 2017, com três troféus ("Cantora", "Música" e "Música Chiclete"), Anitta roubou a cena com uma apresentação surpreendente. Durante a performance de "Paradinha", ela dançou ao lado um cadeirante, um garoto com síndrome de down e uma mulher amputada. Ela é Camille Rodrigues, atleta paralímpica de 25 anos.

Camille publica vídeos em seu Instagram fazendo coreografias com uma prótese na perna direita. Ela chamou a atenção de Anitta ao dançar "Paradinha" na rede social e foi convidada para o show na premiação.

"Minha coreógrafa comentou dela. 'Lembra aquela menina?'. Eu falei: 'Lembro, chama ela, é incrível'. É incrível a facilidade, a mobilidade. É uma coisa que para mim seria muito difícil superar. Quando o público olha isso no palco, é muito mais do que uma pessoa dançando. Te passa tudo, mensagem boa, energia boa, força. Quero o balé mais diferenciado que conseguir", disse Anitta no "Globo Esporte" desta quarta-feira (25).

A paratleta Camille Rodrigues na infância - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
A paratleta Camille Rodrigues na infância
Imagem: Reprodução/TV Globo
Para Camille, a dança é um hobby. Nadadora profissional, ela começou a praticar o esporte para tratar uma atrofia na bacia. A paratleta nasceu com má formação e precisou amputar a perna direita aos três anos.

"Eu tinha o pé, eu tinha fíbula, mas não tinha tíbia. A única opção que teria era a amputação para eu ter uma melhor adaptação a uma prótese", explicou Camille no programa esportivo da Globo.

Após ganhar oito medalhas em paraolimpíadas e competir na Rio-2016, Camille se sente honrada por ter sido chamada para dançar com Anitta e representar os deficientes.

"Se eu não viesse deficiente, acho que muitas coisas na minha vida não teriam acontecido. Hoje, sou recordista brasileira na natação, vou fazer parte do balé da Anitta, já conheci vários países, isso tudo por ser deficiente e por ter conquistado muita coisa. Para mim, é uma honra ser deficiente", orgulha-se.