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Huck nega Presidência e quer recrutar novos candidatos: "Não sou salvador"

Angélica e Luciano Huck participam do "Divã do Faustão", quadro do "Domingão" - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Angélica e Luciano Huck participam do "Divã do Faustão"
Imagem: Reprodução/TV Globo

Colaboração para o UOL

07/01/2018 20h26

Luciano Huck negou que será candidato à Presidência em 2018 durante participação no "Domingão do Faustão" ao lado da mulher, Angélica. O apresentador, que chegou a ser apontado como presidenciável, foi questionado por Fausto Silva se disputará o pleito, mas disse que atuará na eleição recrutando novos candidatos.

"Neste momento, se eu me isentar de tentar melhorar, eu estaria sendo covarde. Daí a eu querer ser presidente, não quero que seja uma pretensão minha e não quero ser pretensioso de maneira nenhuma. O que estou fazendo, e vou continuar fazendo, é tentar mobilizar uma geração inteira, não importa se é de direita ou de esquerda, não acredito mais nisso. E não queria fazer isso pelos partidos políticos, porque eles estão derretendo, temos que ocupar de novo. Optei fazer pelos movimentos cívicos, gente da sociedade civil que está a fim de se juntar para ter ideia e falar 'quero ser deputado', 'quero ser governador', 'quero ser senador', e mobilizar essas pessoas a se lançarem na política para tentar renovar", explicou.

"Tem um crivo para saber como essas pessoas são e como elas chegaram até aqui?", questionou Faustão. Huck respondeu afirmativamente e citou dois movimentos cívicos que fazem um "funil de ética" para triar os candidatos de ficha limpa.

"Minha missão esse ano é tentar motivar as pessoas a que votem com muita consciência e que a gente traga os amigos que estão a fim para ocupar a política, senão não vai ter solução. Eu nunca, jamais, vou ser o salvador da Pátria, e o que vai acontecer na minha vida eu também não sei. Amo o que faço, amo estar todo sábado na televisão, gosto muito de estar com as pessoas e contar as histórias. O que o destino e o que Deus esperam para mim vou deixar rolar. Neste momento, ainda acho que meu papel com esse microfone na mão e aqui na Globo, e motivando as pessoas, pode ser até mais importante do que estar lá. Mas eu vou participar, vou botar a mão na massa, quero ajudar e acredito muito no Brasil. Contem comigo para tentar melhorar essa bagunça geral aqui", completou Huck.

No início do quadro, Huck falou sobre sua participação na política. "Nesse último ano fui dragado por uma discussão que eu não levantei a mão, que é começar a tentar pensar nas possibilidades concretas para o Brasil este ano. Eu me propus a por a cara na rua e tentar mobilizar a minha geração, quem são as pessoas que estão a fim de fato a chegar perto da política", disse, pedindo o envolvimento da população.

"A sociedade como um todo está envergonhada da classe política. Não estou falando em causa própria, todo mundo que tem filho, irmão, tem que enxergar a política como único caminho para transformar. Tem que aproveitar essa fratura exposta que aconteceu no Brasil nos últimos dois anos, de derretimento da classe política para reocupar esse espaço, ressignificar as coisas e tentar de fato botar um pouco de ética. O servir tem que ser de verdade, quem está a fim de pensar no próximo, de melhorar a vida das pessoas".

O panorama atual pode ser mudado em outubro, afirma: "É um ano super importante, o voto é o melhor e o único jeito de transformar. Com essa crise, tem gente que pede volta à ditadura. Não existe isso, democracia é feita para melhorar a vida das pessoas. Temos nossa arma e temos que agarrar com unhas e dentes".

Angélica também disse o que espera do futuro: "Quero um mundo melhor, um Brasil melhor para os meus filhos, acho que todo mundo quer. Acho que tem que torcer por isso de forma consciente e ficar de olho aberto. Somos uma coisa só, não tem que ficar dividido com partido. O brasileiro merece uma coisa melhor, temos um país maravilhoso e a gente merece melhorar as coisas por aqui".

Política e educação

Huck deu sua opinião de como melhorar o país: "A gente fica apontando muito o problema longe da gente, mas tem que colocar a mão na massa, e tem de entender que os políticos roubaram milhões, dá até dor no estomago, mas podemos mostrar para as próximas gerações que quem puxa a TV a cabo do vizinho, fura fila, paga por fora para não pagar imposto, pequenos deslizes do dia a dia que a gente chama do jeitinho brasileiro está na raiz da corrupção endêmica que temos lá na frente".

A solução está a longo prazo, avalia: "Não adianta a gente achar que vai ter um salvador da pátria. A gente roda esse país inteiro e tem um povo maravilhoso de verdade. Em todas as crises da história, a única coisa que salvou foi a educação. Se não investir em educação e esperar uma geração se formar, não vai ter solução. É a única transformadora. Não dá para falar em meritocracia no Brasil quando a oportunidades são diferentes. O único jeito de igualar para todo mundo é a educação ser boa para todos".

Casamento

Há 13 anos juntos, o casal disse como manter a chama acesa. "Casamento sem sexo é amizade. Você tem que ter admiração pela pessoa. O amor vai se transformando, vai amadurecer e ficar cada vez mais sólido. Mas tem que ter desejo", afirmou Huck. Ela concordou e deu conselhos. "Tem que se cuidar pro outro, não embarangar. De vez em quando fazer um certo clima, namorar, fechar a porta com a chave...", ensina.

Angélica deu dicas para as mulheres na hora de se vestir. "Ninguém tem que se privar, essa coisa do empoderamento é muito séria. A gente vê, a mulher é criticada pela maneira de se vestir, recebe cantada... Eu fico pensando como fazer com que meus filhos cresçam valorizando, respeitando a mulher. É um papel muito nosso educar para eles respeitarem. Ainda tem um machismo muito grande".

A apresentadora assumiu o ciúme. "Eu sou ciumenta. Não sou, amor?". "Não porque não dou motivo", respondeu ele. "Ah, pronto. Aham", retrucou ela, revelando ainda que Huck ronca. "Eu gravo e mostro para ele. Gravo tudo", diverte-se.