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Aposta em novos atores é parte do êxito de "Tempo de Amar", diz diretor

Os novatos Bruno Cabrerizo e Vitória Strada foram os protagonistas de "Tempo de Amar", Inácio Ramos e Maria Vitória - João Miguel Júnior/Globo/Divulgação
Os novatos Bruno Cabrerizo e Vitória Strada foram os protagonistas de "Tempo de Amar", Inácio Ramos e Maria Vitória Imagem: João Miguel Júnior/Globo/Divulgação

Guilherme Machado

Do UOL, em São Paulo

19/03/2018 04h00

Um dos diretores há mais tempo em atividade na Globo, Jayme Monjardim acredita que a aposta em dois rostos novatos na TV, Bruno Cabrerizo e Vitória Strada, como o casal protagonista, é um dos fatores do sucesso de “Tempo de Amar”. A trama das seis termina nesta segunda (19), com bons índices de audiência para o horário e elogios da crítica.

‘A casa tem uma confiança muito grande no meu trabalho. A gente entrou de cabeça nos dois. O talento está ali, a Vitória e o Bruno são realmente dois protagonistas. Sempre apostei em gente nova, e nessa novela deve ter pelo menos uns dez nomes totalmente novos. Todo mundo acreditou quando viu os testes”, conta Monjardim ao UOL, que também elogia a produção e a parceria com o autor, Alcides Nogueira.

Modelo e atriz gaúcha, Vitória Strada foi uma aposta de Monjardim, que optou por buscar um rosto novo para viver Maria Vitória após a produção não conseguir fechar com estrelas da casa. Ex-jogador de futebol, Cabrerizo fez sua estreia em novelas brasileiras, após ser descoberto pelo diretor atuando em tramas em Portugal. Os dois tinham o desafio de atuar ao lado de grandes nomes da casa, como Tony Ramos, Regina Duarte e Nívea Maria.

 Celeste faz revelação bombástica para Maria Vitória em "Tempo de Amar" - Reprodução/Gshow - Reprodução/Gshow
Marisa Orth fez uma personagem altamente dramática, em contraste com seus muitos papeis cômicos
Imagem: Reprodução/Gshow
O diretor também destaca outra aposta: a de tirar atores do lugar-comum, como no caso de Marisa Orth, que vinha de sucessivos papéis cômicos na TV, e Nelson Freitas, que estava há 16 anos no “Zorra”, a mergulharem em personagens dramáticos.

“Foi uma aposta tanto da Marisa como do Nelson Freitas, que vêm de uma escola de comédia. A Marisa está super feliz, porque descobriu que estava adormecido dentro dela essa veia dramática e o Nelson também, era um sonho meu trazer ele para um registro mais de dramaticidade. Para mim, ele sempre foi um protagonista”, orgulha-se.

O próprio filho de Monjardim, Jayme Matarazzo, foi outro que “virou a chave” e atuou pela primeira vez como vilão. O diretor artístico conta que adorou ver o filho na pele de malvado. “Eu sabia que ele podia fazer isso, eu estava louco para ver ele sair do herói e ir para o vilão. Foi muito bom para ele e para nós. Descobrimos que ele não faz só mocinho”.

Ordem na casa

Jayme Monjardim com seu filho, Jayme Matarazzo - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Jayme Monjardim com seu filho, Jayme Matarazzo
Imagem: Reprodução/Instagram
Monjardim, que já esteve à frente de projetos como “Terra Nostra” (1999), “O Clone” (2001) e “Viver a Vida” (2009), também destaca o maior tempo de preparo para a produção dos folhetins.  Desde 2014, o autor Silvio de Abreu comanda o Núcleo de Dramaturgia Diária da Globo. No mês passado, ele passou a acumular também a produção de séries da emissora, junto com Gloria Perez.

“O que a gente está conseguindo hoje na Globo com dois, três anos de antecedência, não tem preço. Viabiliza uma série de situações de capítulos, conseguimos fazer computação gráfica com tempo. Botar uma novela com dezoito capítulos de frente [antecipados], gravar com três meses de antecedência”, descreve.

Segundo o diretor, o tempo de novelas feitas em curtíssimos prazos acabou. “Esse tipo de novela não se faz mais dentro da TV Globo, agora é tudo realmente com prazo, muito bem organizado, isso fez a diferença em tudo que está no ar, é só ver. Óbvio que quando existe um problema de percurso a gente tem agilidade de mudança em 24 horas se precisar. Isso pode acontecer, você pode ter algum núcleo que não vai bem e ter que mudar o rumo. Novela é obra aberta”.