Desistência e armação: apresentadores revelam tretas do "Esquadrão da Moda"

Há dez anos no ar, o "Esquadrão da Moda" pode ser considerado um "sobrevivente" no SBT. O programa estreou em uma faixa destinada a reality shows e foi o único que continua na emissora, aos sábados, em segundo lugar de audiência (média de oito pontos na Grande São Paulo).

Para os apresentadores Arlindo Grund e Isabella Fiorentino, o segredo do sucesso do "Esquadrão" é conseguir adaptar o formato originalmente britânico ao público brasileiro e trocar alfinetadas pelo empoderamento das mulheres.

"Evoluí muito com as participantes. Nas primeiras temporadas eu, me assistindo hoje, falava uma coisa e fazia outra, porque estava sempre com aquele estilo mais elegante, com vestidos comportados. Essa coisa de sacanear machucava a gente. Não quero nem ver os primeiros episódios", confessa Isabella Fiorentino.

"Eu tive que domesticar o meu olhar, trazer tendências de uma maneira delicada e leve, porque a grande história do programa é enaltecer a mulher e resgatar a autoestima dela. Enquanto consultores, somos ótimos, mas enquanto psicólogos somos melhores ainda", conta Arlindo Grund.

Perrengues e tretas

A dupla de apresentadores, que se tornou referência em moda na TV brasileira, também precisou lidar com situações tensas e embaraçosas durante as gravações do "Esquadrão". Eles já presenciaram desistências e até uma tentativa de armação.

"Uma vez cancelamos o programa quando descobrimos que a participante sabia que iria gravar. Elas não podem saber em hipótese alguma", revela Isabella Fiorentino. Arlindo Grund relembra o caso de uma jornalista que desistiu às pressas de ser avaliada no programa.

"Ela teve medo de que a participação acabasse influenciando a carreira dela de jornalista, porque queria ser apresentadora. Burra! Porque ela iria ganhar muitas roupas e aprender como se vestir na TV. E, de repente poderia até dar uma deslanchada", critica o consultor de moda, suavizando a fala em seguida: "Burra não, gente"

O caso de armação, porém, foi ao ar em fevereiro de 2011. Arlindo e Isabella desmascararam a cabeleireira Nilva, que tentou enganar o programa com a filha, Grazy.

"Quando acabou a gravação, elas começaram: 'Conseguimos enganá-los, vai ser ótimo!'. Mas elas não sabiam que o microfone estava aberto. Nós nos reunimos e pensamos o que fazer com essa mulher. Derrubar o programa? Não. Continuamos, mas tratando-as de maneira diferente, muito fria", recorda Grund.

"No final, revelamos que sabíamos de toda a armação e demos um recado para quem estava em casa: 'Não tentem armar para a gente porque nós descobrimos sim!'. Essa mulher ficou muito constrangida no final. A filha dela mais ainda depois que viu o programa", conta o apresentador.