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Ginasta se emociona ao lembrar humilhações e transtorno alimentar

Angélica Kvieczynki no "Encontro" - Reprodução/Globo
Angélica Kvieczynki no "Encontro" Imagem: Reprodução/Globo

Guilherme Machado

Do UOL, em São Paulo

18/04/2019 11h01

A atleta Angélica Kvieczynki, que em depoimento ao UOL falou sobre o distúrbio alimentar que teve por causa das cobranças que sofreu no mundo da ginástica rítmica, foi hoje ao "Encontro com Fátima Bernardes" falar sobre o assunto. No programa, ela declarou que, na época, não percebeu que o ambiente estava sendo nocivo para ela.

"Quando você está em um ambiente assim, você vê aquilo como necessário. Seu técnico e seus dirigentes são as pessoas que você mais confia. Eu não percebia como aquilo estava me fazendo mal e o jeito que estava interpretando aquilo. Muitas vezes eu saía da quadra e escutava: 'Você fez, mas está gorda'. Eu via as pessoas me olhando. Você se vê como horrorosa", disse, emocionada.

Ela também falou que em sua adolescência a situação piorou, e que começou a sofrer e a se cobrar cada vez mais.

"Foi uma fase muito difícil da minha vida. Quando um atleta sofre lesão é terrível, você sente que sua carreira acabou. Eu tive uma lesão, estava numa adolescência rebelde. Cheguei a pesar 74 kg. Falei: 'Meu Deus, e agora?'. Operei, estava engordando mais, comia pra me sentir bem, e aí me sentia mal porque tinha comido, comecei a ser grossa com as pessoas que me ajudavam. Achava que todo mundo estava querendo me cutucar, falar: 'Você está gorda, não presta'. Fui me afundando cada vez mais. Achei que estava acabada", relembrou.

Angélica afirmou que hoje sua autoestima melhorou, mas que ainda tem dificuldades, e que sua relação com a balança ainda é complexa.

"Eu não gosto de balança. Hoje tenho uma vida muito mais saudável. Não concordo, tem meios mais saudáveis de você conseguir manter o peso. Mas hoje eu consigo ir de frente pra balança. Antes eu me pesava de costas para a balança."