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Preta Gil, após coronavírus: 'Isolamento social não precisa ser afetivo'

Cantora e atriz foi diagnosticada com o novo coronavírus em 14 de março e passou por 16 dias de quarentena em São Paulo - Reprodução / Instagram
Cantora e atriz foi diagnosticada com o novo coronavírus em 14 de março e passou por 16 dias de quarentena em São Paulo Imagem: Reprodução / Instagram

Do UOL, em São Paulo

30/03/2020 18h35

Diagnosticada com o novo coronavírus em 14 de março, Preta Gil passou por 16 dias de quarentena em um hotel de São Paulo. Agora, curada da covid-19 e de volta a sua casa no Rio de Janeiro, a artista relembra detalhes nada agradáveis do período.

Em entrevista ao jornal O Globo, Preta defendeu o isolamento social como medida de contenção dos casos. Mas lembrou: o isolamento físico não deve ser afetivo.

"Se você conhece alguém que está contaminado, um amigo, um vizinho... Prepare uma comida e deixa na porta da casa dele. Mande flores, envie mensagens, demonstre carinho. O psicológico pode ser tão fatal quanto o próprio vírus. O isolamento social não precisa ser também afetivo", disse.

"Não é hora de egoísmo. Entendo o pânico, mas hoje já entendemos melhor quem é o nosso inimigo, o que é esse vírus. Então passou da hora de sermos mais amorosos, solidários, afetivos, generosos. Pensar diariamente como ajudar o próximo, transformar isso em exercício. Ser privilegiado não é apenas ser rico, é ter algo que outras pessoas não têm. Seja carinho ou saúde."

Ao longo de seu período isolada em São Paulo, a cantora recebeu mensagens de carinho e presentes deixados por fãs na porta do quarto. Mas também se aborreceu com uma ligação do gerente do hotel perguntando até quando ela permaneceria hospedada, "pois outros hóspedes e moradores estavam incomodados".

Preta afirmou que, enquanto se recuperava, tinha "um certo sentimento de 'autoculpa' por estar contaminada" — então, apegava-se a orações. Agora, vem praticando fisioterapia respiratória e fazendo acompanhamento com uma otorrinolaringologista.

"Vejo muita gente dizendo que não vê a hora de tudo voltar ao normal. Mas não podemos justamente voltar àquilo que achávamos normal. Estávamos muito acelerados e eu sei que o sistema funciona assim, nos obrigando a girar em torno do consumo desenfreado, por exemplo. É preciso repensar prioridades e a primeira dela deve ser a nossa saúde", disse ela, indo além.

"Por favor, não é para você ficar se remoendo porque ainda não fez uma receita de bolo, ainda não malhou, ainda não aprendeu francês! Que essa quarentena sirva justamente para repensarmos nossa existência e nos tornarmos mais contemplativos", torce.