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Rafinha Bastos critica Regina Duarte: 'Mulher doente num governo doente'

Rafinha Bastos no estúdio do UOL - Lucas Lima/UOL
Rafinha Bastos no estúdio do UOL Imagem: Lucas Lima/UOL

Marcela Ribeiro

Do UOL, no Rio

11/05/2020 12h24

Rafinha Bastos tem usado suas redes sociais para fazer duras críticas ao comportamento das pessoas, às posturas de marcas e ao governo Bolsonaro neste período de pandemia. Não foi diferente com a entrevista da secretária especial da Cultura, Regina Duarte, à CNN, na semana passada. O humorista diz não entender o espanto das pessoas com as declarações polêmicas dela à emissora, como quando tentou minimizar a violência durante o período de ditadura millitar.

Acho a Regina Duarte a secretária ideal para um governo como o do Bolsonaro. Não me surpreende nada. Não entendo essa surpresa, esse susto que as pessoas tomaram com as palavras dela. Ela simplesmente é uma mulher doente num governo doente. Está tudo certo.

Ele continua: "Se fosse uma pessoa racional ou uma pessoa que soubesse do que está falando, que tivesse conhecimento e a análise justa dessa história, aí sim eu me surpreenderia —tanto quanto me surpreendi com o Mandetta. E deu dois meses ele caiu do cargo".

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Rafinha também usou suas redes sociais para criticar Gabriela Pugliesi, quando ela furou a quarentena e deu uma festa em sua casa, além de ter disparado contra a marca Osklen, que anunciou a venda de máscaras de tecido por R$ 147.

Por conta da repercussão negativa, a marca voltou atrás e afirmou que não comercializaria mais o produto. Um dia depois, Oskar Metsavaht, fundador da Osklen, anunciou o contrário. "A divulgação viralizou tanto que batemos recorde de visitas ao site ontem e hoje", festejou o empresário em um comentário no Instagram, dizendo que faria uma segunda leva do produto. Na sequência, ele apagou o texto.

"Não vejo problema nenhum em as marcas lucrarem no período de pandemia, contanto que não seja transformando em artigo de luxo um equipamento de segurança, que falta em hospital público", afirmou Rafinha.

O mais equivocado não é aquele que vende, é aquele que compra num momento como este. Fazer um investimento equivocado desses e querer ostentar pela rua algo que é de acesso a poucos. Não é um carro, não é ostentar uma BMW. São equipamentos de segurança que o ter ou não ter significa viver ou morrer.

Como você acha que artistas e marcas devem se comportar neste momento de isolamento social?

Produzindo arte, independentemente da maneira que acharem conveniente. Arte a gente não critica, nem o formato dela nem o discurso. Cada um é livre para fazer o que quiser, se tiver público que esteja disposto a consumir. Artista tem que produzir, não pode parar neste momento. Tem que procurar alternativas, seja com as lives, com as pinturas, com os desenhos, o que quer que seja. É um momento muito rico também criativamente. A gente tem disponibilidade e tempo para pensar no próximo passo e isso é muito bom.

Você fez um vídeo crítico à postura da Gabriela Pugliesi ter furado a quarentena, mas também às pessoas que deixam se influenciar por ela. O que você pensa sobre a força e a responsabilidade que esses influencers têm?

Acho que buscar responsabilidade em influencer é um equívoco. Muitas vezes o influencer está ali para promover entretenimento. Que bom que a gente conseguiu diluir um pouco dessa atenção que antigamente só se dava às Fátimas Bernardes e aos Willians Bonners que estavam às 20h na Globo. Que bom que essa atenção foi diluída, e esse dinheiro passou a ser distribuído entre as pessoas, as Gabrielas Pugliesis, os Carlinhos Maias da vida. Mas as responsabilidades deles vão de cada um. E eu estou aqui obviamente também para poder ter meus erros e acertos e criticar os dos outros, que é o que mais sei fazer

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Seu filho tem acesso a youtubers? Como controla esse acesso?

Meu filho tem acesso aos influenciadores. Mas até certo ponto da vida, os principais influenciadores são o pai e a mãe. Não posso proibir meu filho de ter contato com outras informações, desde que ele saiba que estou aqui para passar ensinamento a ele. Eu já vivi e estou aqui para filtrar. Algumas coisas são bacanas de ver, outras não são. Mas não posso privar meu filho, quero que ele tenha acesso a bastante coisa para que não amadureça longe do mundo real.

O que mais tem te incomodado no comportamento das pessoas e empresas neste momento?

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O que me irrita no comportamento das pessoas é essa falta de respeito com as regras de isolamento. Obviamente há pessoas que não têm opção e precisam sair de casa para trabalhar, mas a quantidade de gente que vemos caminhando e passeando pelas ruas sem máscara...

O brasileiro tem dificuldade de obedecer leis ou de pensar no próximo até. Se pensasse mesmo no próximo não teria eleito o presidente que elegeu.

Como tem sido sua rotina neste período de quarentena?

Estava morando nos Estados Unidos há dois anos e agora estou tendo a oportunidade de passar muito tempo com o meu filho. Estava com muita saudade. Via ele em períodos muito curtos, agora estou tendo a oportunidade de ficar com ele, acompanhar as aulas, ensiná-lo a fazer cálculos. Minha rotina tem sido muito focada no meu filho e tenho produzido bastante conteúdo para a internet, tanto para o meu canal quanto para o canal Ilha de Barbados

Você acha que o mundo vai mudar após tudo isso? As pessoas vão reavaliar o consumismo?

Adoraria que o ser humano reavaliasse certas prioridades, certos investimentos, que entendesse o real valor desse mercado de luxo, dessas bobagens com as quais a gente perde nosso tempo e dinheiro, que focasse um pouco mais na família, ajudasse muito mais o próximo, mas infelizmente a coisa não vai ser assim. Isso vai passar e quando isso passar tudo vai se normalizar. Os carros importados vão voltar a desfilar, os barcos vão voltar a navegar e nada vai mudar

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