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Em dia de vídeo revelado, JN diz que noticiar covid-19 é mais importante

O apresentador William Bonner, no JN - Reprodução
O apresentador William Bonner, no JN Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

22/05/2020 21h00

O Jornal Nacional do dia em que o Brasil teve acesso ao vídeo quase integral da reunião ministerial do dia 22 de abril, publicado após decisão do ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), de levantar o sigilo, destacou os fatos na abertura, a chamada "escalada" do telejornal. Mas não abriu com o assunto após a vinheta. Segundo o apresentador e editor-chefe do JN, William Bonner, noticiar a covid-19 é mais importante.

"A gravação da reunião divulgada hoje permite saber, afinal, o que foi dito, e por quem. E revela ainda ideias antidemocráticas de ministros, como a defesa da prisão de governadores e de ministros do Supremo Tribunal Federal. O que aconteceu na reunião de abril, o que foi dito, e por quem, você vai ver nesta edição do Jornal Nacional, que começa com o noticiário sobre que é mais importante: as vidas em risco na pandemia do coronavírus", disse Bonner.

Antes, logo que a vinheta foi executada, o apresentador fez um longo resumo do que é o tema do vídeo da reunião ministerial, mas deixou o assunto para depois no jornal.

"O ministro Celso do Mello, do STF, garantiu a todos os cidadãos brasileiros o direito de tomar conhecimento dos fatos que se deram durante a reunião ministerial do último dia 22 de abril. Naquela quarta-feira, o presidente da República reuniu ministros para apresentar queixas, cobranças e impropérios. O encontro se tornou objeto de interesse nacional porque tanto o presidente Bolsonaro, quanto o ex-ministro Sergio Moro, afirmaram que uma gravação daqueles diálogos provaria o que cada um deles afirma, embora afirmem coisas opostas. Moro diz que o presidente o havia pressionado e ameaçado com o objetivo de interferir politicamente em investigações da Polícia Federal por meio da troca do superintendente do Rio de Janeiro. Bolsonaro afirma que não tentou interferir. Que não mencionou Polícia Federal, nem superintendência", disse Bonner.