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Dinho Ouro Preto diz que covid ajudou a livrá-lo de último vício: Rivotril

Dinho Ouro Preto se apresenta no palco Mundo no Rock In Rio 2019 - DELMIRO JUNIOR/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Dinho Ouro Preto se apresenta no palco Mundo no Rock In Rio 2019 Imagem: DELMIRO JUNIOR/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL

26/05/2020 08h51Atualizada em 26/05/2020 09h32

O músico Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, afirmou que deixou de usar o remédio Rivotril durante seu tratamento contra o novo coronavírus, do qual já está curado. Em depoimento à revista Veja, o cantor de 56 anos revelou que este era seu último vício, após também ter se livrado de drogas como cocaína, cigarro e álcool.

"Deixei para trás a cocaína há quinze anos, parei com o cigarro há dez e estou sem beber há três. E sabe o que mais? Vai parecer maluquice, mas estou há três semanas sem tomar Rivotril. Um hábito horrível que adquiri durante as rotinas insanas de viagens sem dormir", disse ele.

Rivotril é o nome fantasia da substância clonazepam, de venda e consumo restritos, indicada como ansiolítico.

"A covid-19 me ajudou nisso: só consegui me livrar quando parei minha rotina totalmente. Era a última substância que eu precisava largar. Agora posso dizer que estou limpo", afirma.

Dinho relatou também quais foram os sintomas enquanto esteve doente. "Parece um afogamento seco", resumiu ele.

Apesar de estar em forma e praticar corrida todos os dias, o músico disse ter temido por complicações.

"O ciclo do vírus no meu corpo foi de 28 dias ininterruptos de febre. Começava em torno das 18 horas. Eu tomava um comprimido de analgésico e desmaiava. No meio da madrugada, o efeito passava, a febre voltava, eu tomava outro comprimido e tornava a dormir. Acordava pela manhã com o corpo dolorido, sem vontade de sair da cama. Ficava assim até o ciclo se reiniciar mais uma vez", relatou.

"Eu me sentia um mero espectador da batalha que meu organismo travava contra o vírus. Sem poder fazer nada, apenas torcia para que minhas defesas fossem fortes o suficiente para matar o vírus. No nono dia, clímax da doença, temi por complicações. Comecei a ter falta de ar, uma sensação de estar me sufocando. Você tenta sugar o ar, mas ele não chega a seus órgãos. Parece um afogamento seco", comenta.

Ouro Preto comentou que demorou para seu corpo retornar ao normal: "Felizmente, tão rápido quanto apareceu, a infecção saiu do meu corpo. Só fiquei totalmente rouco por um bom tempo. Demorei mais de um mês para conseguir cantar".

O roqueiro, que já teve gripe suína e dengue, disse que a covid-19 foi a pior: "Nada se compara ao que senti nas semanas em que estive doente. Nunca peguei algo tão forte como esse vírus".