Topo

Bonner se emociona ao falar de caso envolvendo filho e relembra agressões

William Bonner no Conversa com Bial  - Reprodução/vídeo
William Bonner no Conversa com Bial Imagem: Reprodução/vídeo

Colaboração para o UOL

27/05/2020 03h22

William Bonner disse nesta madrugada no "Conversa com Bial" que está de quarentena desde 2018, ano da última eleição presidencial. Desde então, o apresentador do "Jornal Nacional" vem sofrendo ataques virtuais de ódio e revelou ter sido hostilizado pessoalmente e publicamente por causa de política.

"As minhas bochechas mostram que a minha quarentena não começou há dois meses. Minha quarentena começou no ano eleitoral de 2018", falou Bonner. Ele afirmou que a situação piorou após Jair Bolsonaro (sem partido) ter sido eleito presidente. "A polarização política chegou a um ponto em que a minha presença em determinados locais públicos, como farmácias, livrarias, ou mesmo na rua, era motivadora de tensões", disse.

O apresentador lembrou quando foi hostilizado em uma padaria. "Em uma manhã de sábado, dentro de uma padaria no bairro da Lagoa, fui agredido verbalmente, insultado e desafiado por uma cidadã embriagada que se viu no direito de fazer isso a um palmo e meio de distância do meu rosto. Foi constrangedor para as pessoas no local e para mim. Eu me senti culpado por incomodar, com aquela situação, quem estava comendo um simples pão na chapa", explicou.

Bonner ainda fez uma análise de como as pessoas mudaram a visão política sobre ele: "Tem gente hoje me aplaudindo que estava há dois, três anos me xingando. E tem pessoas que hoje estão me xingando que há dois ou três anos batiam palmas".

Mas o apresentador relembrou que os ataques não se restringem a ele. "Eu falo de mim, mas também falo de toda uma categoria profissional. Mas eu tenho consciência que sou um símbolo, eu sou o jornalismo da Globo, eu sou a mídia. Eu simbolizo muita coisa para muitas pessoas que não me conhecem".

Ataques virtuais e fraudes

Desde a semana passada, Bonner vem sendo alvo de ataques por fraudadores que usaram o CPF de seu filho Vinícius para dar entrada no pedido de auxílio emergencial de R$ 600.

O jornalista também recebeu mensagens contendo números de CPFs e endereços de seus familiares. A ação foi vista como intimidação e foi repudiada pela Rede Globo em nota oficial emitida pela emissora nesta terça.

"Meu filho tem sido alvo de estelionato há três anos desde que sofreu um acidente de carro. E alguém, acho que foi um bombeiro, pegou a habilitação dele e divulgou na internet para, supostamente, denunciar que o documento estava fora da validade", contou Bonner. "Só que, aquela era a primeira habilitação do meu filho e ele estava dentro do prazo para pegar a próxima, inclusive com prova marcada", explicou.

"O sujeito viu que era meu filho e quis prejudicá-lo dessa maneira. E acabou prejudicando muito porque esse documento tem rodado na internet durante esses anos. Tenho advogado constituído para ficar desfazendo empresas no nome dele", lamentou o âncora do "JN", que segurou o choro ao falar do assunto.

Na manhã de ontem, a apresentadora Fátima Bernardes, ex-mulher de Bonner, comentou o fato e disse que ações judiciais já foram tomadas pela família para preservar o filho.