Topo

Ex-BBB cita 'vitimismo identitário' ao comentar fala polêmica em programa

Os jornalista Alexandra Loras e Adrilles Jorge durante o programa "Morning Show" - Reprodução/YouTube
Os jornalista Alexandra Loras e Adrilles Jorge durante o programa 'Morning Show' Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

29/05/2020 14h32

O ex-BBB Adrilles Jorge comentou a sua declaração sobre o racismo no Brasil, que ganhou grande repercussão nas redes sociais, dita durante o programa Morning Show, da Jovem Pan, que foi ao ar na quarta-feira (27). Hoje, em seu perfil no Twitter, ele voltou a abordar o assunto.

"Eu disse na JP que a miscigenação racial hoje no Brasil não era fruto de estupro, mas de um amor livre entre todas as raças. Daí dizem que eu teria dito que escravas negras nunca foram estupradas. O vitimismo identitário caluniador não tem etnia. Estupram a verdade sem dó', escreveu.

"Ninguém é essencialmente branco no Brasil. Ninguém é essencialmente de nenhuma etnia no Brasil. Isto nos torna miscigenados, plurais, apesar de sim haver ainda racismo no Brasil - fenotípico, sobretudo. Mas o sangue de escravos oprimidos corre nas veias da maioria dos brasileiros", continuou.

Ele finalizou dizendo: "A má fé cega identitária transforma em racismo uma declaração anti-racista de apologia à miscigenação como luta contra o racismo. A inversão completa do sentido das palavras transforma o combate a racismo em um crime em si".

A declaração que criou polêmica foi dita enquanto os integrantes e convidados do programa debatiam sobre o "selo não-racista", anunciado pelo presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo.

Na ocasião, Adrilles disse: "Meu avô era negro, nem por isso eu me considero negro. Então, a questão das cotas fenotípicas é muito complicada. Essa mistura difusa do brasileiro revela que a gente é uma democracia racial e miscigenada. Por isso, que estabelecer quem é branco ou quem é negro no Brasil é extremamente difícil. O sangue africano, negro, escravo está na maioria das pessoas que brasileiras. As negras não foram estupradas, elas namoravam com brancos. Ou seja, a gente criou uma cultura democrática racial graças ao pouco racismo que a gente tem diante de países como a África do Sul, Estados Unidos, que você vê na pele o racismo, onde as pessoas são muito brancas ou muito negras. Não é o caso do Brasil. A gente é uma democracia racial, sim. Embora exista racismo".