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Camila Coelho faz desabafo sobre epilepsia: 'Lutei e rejeitei a mim mesma'

Camila Coelho - Reprodução/Instagram
Camila Coelho Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/07/2020 20h44

Camila Coelho, uma das maiores influencers do mundo, publicou um longo desabafo nas redes sociais na tarde de hoje para falar sobre sua história com a epilepsia, diagnóstico que ela revelou ao público no começo do ano.

Na postagem, feita em seu Instagram, ela legendou explicando suas motivações ao gravar o vídeo. "Nunca pensei que seria tão profundamente aberta sobre minha vida pessoal. Se você assiste meus Stories, sabe que compartilho mais a fundo coisas pessoais, e desafios que tenho, incluindo epilepsia", começou.

"Mas compartilhar todos os detalhes sobre o que me tornou mais vulnerável ao longo dos anos, em um vídeo, é um pouco assustador. Minha esperança é que compartilhando minha história, minhas lutas e desafios, eu possa ajudar aqueles que estão lutando agora, especialmente com aceitação própria e amando a si mesmos!", ponderou.

Na publicação de quase 18 minutos, Camila detalhou sua luta desde os 9 anos contra a doença e o estigma que ela causa. "Lutei e rejeitei a mim mesma no passado, não tinha um sentimento de pertencimento. Apenas minha família, meus amigos e aqueles que trabalham comigo sabiam dessa condição. Tomar a decisão de compartilhá-la com o mundo foi assustador. Ainda existe um estigma sobre isso", afirmou.

"Depois de falar sobre isso, me senti mais forte e confiante. Isso provou que, ao compartilhar nossas fraquezas, podemos salvar outras pessoas. Eu cresci ouvindo que eu não precisaria contar para as pessoas. Você não está sozinho. Especialmente vocês que têm epilepsia, estou com vocês", ressaltou.

O início de tudo

A influencer relembrou quando começou a sentir os primeiros sintomas da epilepsia, durante uma brincadeira na infância ao lado de uma amiga. "Ela achava que eu estava brincando e a mãe dela viu que algo estava errado. Quando ela tentou abrir minhas mãos, eu desmaiei. Foi minha primeira convulsão. Fui para o hospital e fiz todos os exames. Eu tive uma vida normal com meu tipo e nível de epilepsia. Mas na segunda fase, eu comecei a sofrer com essa condição", revelou.

Por causa de sua condição, ela explicou que sofreu rejeição na adolescência. "Eu não podia consumir álcool. Eles me perguntaram por que eu não podia. 'Você tem problema? Você tem medo?'. Todas essas palavras, quando você é insegura, podem te machucar. O mais engraçado era que eu nem queria beber, mas queria provar para eles que eu era igual a eles", frisou.

"Isso me fazia me sentir insegura a ponto de querer parar de tomar meus remédios. Chegou a um ponto que eu me perguntava: 'Por que eu?'. Foi durante esses anos que eu perdi minha luz", lamentou.

"Eu superei meus medos"

Ela então explicou que falar com sua família foi importante para entender sua situação, e contou uma história sobre quando resolveu parar com a medicação. "Eu fiz escolhas erradas. Um dia, eu acordei e parei de tomar meus remédios. Fiquei alguns meses sem. Eu tive uma convulsão na escola, na frente de todos os meus amigos. Lembro de acordar e chorar muito. Eu sabia que tinha feito algo errado. Só queria apagar aquele da minha vida, senti vergonha de voltar para a escola".

Camila só "voltou a vida" quando entendeu e aceitou sua condição. "Sempre soube que eu era um pouco vulnerável ao falar sobre isso, mas eu parei de reclamar. Eu superei meus medos, eu era eu novamente", comemorou.

Por fim, ela ressaltou que seu maior sonho é o de ser mãe; no entanto, disse a epilepsia tornou essa escolha mais difícil. "Meus médicos sempre me disseram que é possível, mas algo que eu precisaria planejar muito bem. O remédio pode afetar a saúde do bebê. Sem o remédio, eu poderia ter uma convulsão e perder o bebê", destacou.