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'A gente aprende que nosso cabelo não é aceito pela sociedade', diz Iza

IZA ostenta seu cabelo em participação no "Altas Horas" - Reprodução/TV Globo
IZA ostenta seu cabelo em participação no "Altas Horas" Imagem: Reprodução/TV Globo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/07/2020 20h30

A cantora Iza participou ontem do "Altas Horas" e dividiu com Serginho Groisman algumas de suas experiências de vida que foram determinantes para a formação de sua autoestima.

Ela relatou que, apesar de hoje ostentar com orgulho o seu cabelo crespo, nem sempre foi assim, já que houve uma pressão muito grande da sociedade por uma "adequação estética", onde o cabelo liso era a regra.

"A gente aprende que nosso cabelo não é aceito pela sociedade, que tem alguma coisa de errado e você tem que consertar, e é isso. Eu passei grande parte da minha vida alisando o cabelo e tenho certeza de que isso faz parte da realidade de muitas meninas negras", disse a artista no bate-papo com o apresentador e com a escritora e ativista Djamila Ribeiro.

Ela relembrou de sua adolescência. "Isso é muito doloroso. Pensar, por exemplo, que eu me submeti à química capilar aos 12 anos como uma tentativa de deixar de ser alvo dos comentários racistas que ouvia na escola", lamentou Iza, ressaltando que, nos dias de hoje, boa parte das meninas já não se submetem aos padrões estéticos impostos pela sociedade.

"É impagável você andar na rua, ver uma outra menina de cabelo crespo e ela sorrir para você sem nem se conhecer. A gente acaba se ajudando nesse sentido", celebrou. "Acho lindo quando vou no 'Altas Horas' e vejo todas elas e eles muito orgulhosos. Por que é dessa forma que temos que nos olhar mesmo, com orgulho, porque não tem nada de errado. A gente é muito bonito sim", frisou.