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Jessica Alves comemora 1 ano de transição mas diz: 'Perdi amigos'

Jessica Alves afirmou que, apesar do preconceito, encontrou aceitação da mãe ao transicionar gênero  - Reprodução / Internet
Jessica Alves afirmou que, apesar do preconceito, encontrou aceitação da mãe ao transicionar gênero Imagem: Reprodução / Internet

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/10/2020 11h08Atualizada em 23/10/2020 11h08

A modelo anglo-brasileira Jessica Alves está comemorando 1 ano desde o início de sua transição de gênero, anunciada publicamente em janeiro deste ano.

Aos 36 anos, ela conta que está nos últimos passos do processo para se sentir 100% feminina e afirma que as dezenas de cirurgias plásticas, que a tornaram famosa na mídia, não eram resultado de uma dismorfia corporal, e sim de sua inadequação com o corpo masculino.

"Estou me sentindo ótima. Só tenho mais alguns passos para finalizar minha transição, que envolve terapia hormonal, avaliações fisiológicas mensais e exames de sangue para verificar meus níveis hormonais e minha saúde geral. É um sentimento maravilhoso ser mulher. Tudo agora faz sentido na minha vida. Quando eu acordo e me olho no espelho vejo que eu sempre fui destinada a ser [mulher]", afirmou Jessica em entrevista à revista Quem.

Vivendo em Londres, a modelo passou por cinco cirurgias plásticas no rosto durante o mês de setembro, mas para procedimentos corretivos de outros procedimentos malsucedidos.

Jessica contou que várias de suas intervenções aconteceram em busca da aceitação das feições como homem, como a definição de um queixo largo e quadrado e o "tanquinho e o bíceps falsos".

Hoje, já depois de deixar a identidade masculina para trás, Jessica diz que encontrou aceitação inclusive na família, com sua mãe percebendo sua alegria como mulher. Mas ao avaliar o processo, ela destaca que sofreu com perdas durante o processo, incluindo amigos e trabalho como as áreas mais afetadas.

"Até minha mãe disse que me prefere como Jessica, porque eu pareço e sou muito mais feliz e isso a deixa feliz. Perdi alguns amigos, porque eles não conseguiram lidar com a minha transição e a amizade não existe mais", explicou.

"Meus empregos na TV caíram pela metade. Cancelaram minha participação em alguns programas de TV que estavam agendados, não sabiam mais como trabalhar comigo depois que eu me tornei uma mulher", continuou ela, que era presença constante em programas na televisão brasileira.

Jessica ainda disse que sua nova meta pessoal é encontrar um novo amor.

"Sou solteira. Procuro aventuras e experiências de vida, quero conhecer um homem que me faça sentir uma verdadeira mulher. Sou elegante com um toque de sexy, sem ser vulgar. Sou glamourosa, mas não sou cafona. Sou curvilínea, sou inteligente e atrevida, mas muito sensível, choro muito facilmente", detalhou ela sobre seu perfil em relacionamentos.

Como parte desse plano de encontrar um companheiro, a modelo adotou aplicativos de relacionamento.

Mas Jessica virou centro de uma polêmica no início dessa semana ao afirmar que sofreu preconceito por parte do Tinder, uma das maiores plataformas para encontros virtuais. Seu perfil foi banido por, segundo ela, ferir as diretrizes da comunidade.

Ela afirmou que não teve nenhuma conduta inapropriada no aplicativo, dizendo que foi apenas "discriminada".