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Caso Melhem: MP diz que só haverá ação penal com representação das vítimas

Melhem anunciou hoje que entrou com uma ação na Justiça contra a advogada Mayra Cotta - Reprodução/TV Globo
Melhem anunciou hoje que entrou com uma ação na Justiça contra a advogada Mayra Cotta Imagem: Reprodução/TV Globo

Guilherme Lucio da Rocha

Do UOL, em São Paulo

04/12/2020 20h29

O MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) afirmou que uma investigação sobre os casos de assédio cometidos por Marcius Melhem só poderá ser iniciada se as vítimas entrarem com uma representação.

Segundo os 43 relatos ouvidos pela revista piauí — sendo duas vítimas de assédio sexual, sete de assédio moral e três de ambos os comportamentos —, os episódios aconteceram no ambiente de trabalho e fora dele. Uma das vítimas foi a atriz Dani Calabresa.

Procurado pelo UOL, o MPRJ afirmou em nota que "buscas acolher todas as vítimas e aguarda o contato das ofendidas". O órgão informou ainda que uma investigação só poderá ser aberta caso as vítimas procurem a Justiça, uma vez que os fatos mencionados na reportagem ocorreram antes de 2018.

Dani afirmou que precisou denunciar os assédios morais e sexuais sofridos para recuperar sua saúde mental. Em publicação feita em seu perfil do Instagram, ela diz que nunca quis ser vista como vítima dos assédios cometidos pelo humorista Marcius Melhem e, por isso, não procurou a imprensa para denunciar.

"Nunca quis ser vista como uma mulher assediada. mas pra recuperar minha saúde precisei me defender", afirmou a humorista.

Durante entrevista ao colunista do UOL, Leandro Sakamoto, e Nina Lemos, colunista de Universa, a advogada Mayra Cotta levantou a possibilidade de uma investigação por parte do MP.

"Todos os crimes sexuais são de ação penal pública incondicionada [sem manifestação das vítimas]. Isso significa que qualquer promotor ou promotora pode instaurar um inquérito para apurar as denúncias, inclusive solicitando a investigação interna da empresa. Então, a gente não sabe o que vai acontecer, mas é uma possibilidade".

Melhem, por sua vez, anunciou hoje que entrou com uma ação na Justiça contra a advogada Mayra Cotta, que representa seis mulheres que o acusam de assédio sexual, para que ela prove as denúncias.

Em entrevista exclusiva ao UOL, Melhem também informou que fará uma interpelação judicial a Dani Calabresa, pedindo que ela confirme ou desminta relatos de assédio que teria sofrido, como mostrou reportagem da revista Piauí publicada hoje.

A íntegra da entrevista com Melhem, realizada no final da tarde de hoje por Maurício Stycer e por Dolores Orosco, editora-chefe do Universa, será publicada amanhã.