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Repórter se manifesta após ser xingada por Bolsonaro: 'Indagação incomodou'

23.abr.2021 - Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - Isac Nóbrega / PR
23.abr.2021 - Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Imagem: Isac Nóbrega / PR

Do UOL, em São Paulo

26/04/2021 16h51

A repórter Driele Veiga, que foi chamada de idiota pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), se manifestou sobre o caso. A jornalista da TV Aratu, emissora afiliada do SBT na Bahia, afirmou que sente que está no caminho certo dentro da profissão de jornalista, já que sua pergunta incomodou o político.

"A mim o xingamento não ofendeu. Só mostrou que estava no caminho certo. Sou jornalista e estou aqui para perguntar, por mais que a indagação incomode. Se fosse para agradar o entrevistado eu não seria jornalista e sim publicitária", declarou Driele em publicação feita em sua conta do Instagram.

Para a jornalista, a atitude de Jair Bolsonaro é um sinal forte de uma sociedade que se acostumou a considerar algo normal xingar mulheres.

A autoridade representou no xingamento uma sociedade com uma estrutura ainda sexista e patriarcal em que homens acham que vão conseguir intimidar uma mulher com agressão verbal e/ou atitude desrespeitosa.

No texto, Driele lembrou ainda que essa não foi a primeira vez que o presidente agrediu uma jornalista e citou o livro que Patrícia Campos Melo fez para denunciar a perseguição de Bolsonaro a repórteres.

Só para lembrar que essa não é a primeira vez que o presidente faz isso com a imprensa. A jornalista Patrícia Campos Melo foi ameaçada de morte e teve a família perseguida. Escreveu o livro " A Máquina do Ódio" onde relata sobre os ataques dele aos jornalistas.

Entenda o caso

De passagem pela cidade baiana de Feira de Santana, nesta segunda-feira, Bolsonaro chamou uma repórter de "idiota" ao ser questionado sobre uma foto que tirou segurando um cartaz com a réplica aumentada de um CPF com a tarja de "cancelado".

O cancelamento de CPFs ocorre quando as pessoas morrem. A expressão "CPF cancelado" é usualmente utilizada por integrantes de grupos de extermínio, para se referir a pessoas assassinadas.

]"O senhor foi criticado, presidente, sobre uma foto postada dizendo CPF cancelado em um momento de tantas pessoas morrendo", disse a repórter Driele Veiga, da TV Aratu. E Bolsonaro: "Você não tem o que perguntar não? Deixa de ser idiota".