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Humorista aponta racismo ao ser acusado de agressão: 'Não estava no local'

Humorista Brunno Jaka diz ser vítima de racismo em Goiânia - Arquivo Pessoal
Humorista Brunno Jaka diz ser vítima de racismo em Goiânia Imagem: Arquivo Pessoal

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL

26/05/2021 14h36

O humorista e produtor de eventos Brunno Pereira Campos, de 42 anos, conhecido como Brunno Jaka, foi alvo de uma denúncia de agressão em um bar de Goiânia, mesmo estando em outro local no momento da confusão. O caso aconteceu no domingo (23) e ele considera que foi apontado pelo crime pelo fato de ser negro.

Ao UOL, Brunno contou que, ao chegar para produzir um show de uma banda, viu o chaveiro Helder Régis, de 50 anos, com o rosto cheio de sangue no lado de fora do estabelecimento depois de uma briga ocorrida dentro do bar.

O humorista sugeriu à vítima acionar a Polícia Militar, mas acabou sendo apontado como autor da agressão.

"Eu não estava no local. O segurança agrediu esse senhor, que estava bêbado. Eu o vi no lado de fora e perguntei se precisava de ajuda. Ele disse que não, mas pedi para ligar para Polícia Militar. Quando a viatura chegou, acabou dizendo que eu e o segurança o agredimos. Só que eu não estava no local e todo mundo falou o contrário dele", afirmou.

Brunno considera ter sido alvo de racismo em razão de a vítima de agressão e a PM o considerarem como autor das agressões por ser negro.

"Não entendo o motivo de a PM não considerar as outras testemunhas. O erro da polícia foi não ter ouvido as testemunhas e o gerente do bar. Agora estou tendo que provar que não sou culpado de nada. Eles falaram 'algema e joga na caçamba'. Eu ainda questionei o motivo de ser o único suspeito."

A reportagem procurou a PM de Goiás e aguarda o retorno. O caso de agressão que o humorista está como autor tramita na 17ª Delegacia de Polícia Civil depois de ser registrado na Central de Flagrantes de Goiânia.

Em nota ao UOL, a Polícia Civil informou que "a lesão corporal será alvo de um Termo Circunstanciado de Ocorrência a ser feito pela 17ª DDP de Goiânia", procedimento de apuração para crimes de menor potencial ofensivo, sendo encaminhado diretamente à Justiça a fim de conciliação entre as partes.

"Com relação ao possível racismo ou crime de injúria racial, a vítima será ouvida no momento oportuno, quando então será instaurado o procedimento cabível para o caso, além da análise de câmeras de segurança do local", acrescentou a Polícia Civil, em nota.

Vítima de agressão reafirma versão

O chaveiro Helder Régis, que acionou a PM, disse que mantém a versão, mas não considera que Brunno Jaka o agrediu. Ele diz que o humorista o retirou do bar e que outra pessoa desferiu o soco.

"Nunca pratiquei racismo. Jamais fiz isso. Ele está com essa história para fazer mídia, entendeu? Ele [Brunno] me pegou no boteco e me colocou para fora, aí veio outro e quebrou meus dentes. Vou tomar providências em relação a essa situação. Só quero Justiça", afirmou ao UOL.